Governadora do RN fecha acordo para implantação de parque eólico no mar
Natal, RN 28 de mar 2024

Governadora do RN fecha acordo para implantação de parque eólico no mar

12 de novembro de 2021
Governadora do RN fecha acordo para implantação de parque eólico no mar

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Em viagem de negócios a Copenhaguen, a governadora do Rio Grande do Norte, Fátima Bezerra (PT), assinou na manhã desta sexta (12) um memorando com a empresa Copenhagen Infrastructure Partners, maior fundo de investimentos de energias renováveis no mundo atualmente, para implantação do projeto Alísios Potiguares, que prevê a implantação de infraestrutura para geração de 1,8 GW na produção de energia offshore, além do também chamado hidrogênio verde.

Com a assinatura do acordo, a estimativa é que o Rio Grande do Norte se torne o primeiro estado do Brasil a implementar a energia eólica no mar (offshore). Nesse sistema, as turbinas eólicas são implantadas no leito marinho para aproveitar a força dos ventos sem barreiras em alto-mar.

Nesta quinta (11), a governadora do Estado já havia se reunido com a Vestas Wind Systems e assinou acordo com a European Energy através do “Memorando de Entendimento (MoU)”, para o desenvolvimento de novas fontes de energias renováveis no estado, em especial hidrogênio verde, amônia verde, energia solar e armazenamento de energia.

Com maior poder de combustão, o hidrogênio libera três vezes mais energia do que a gasolina e tem sido apontado como o combustível do futuro. Empresas de petróleo têm desenvolvido projetos com sua utilização com o objetivo de reduzir a emissão de poluentes na atmosfera e o efeito estufa.

"Nos últimos três anos o nosso Estado vem se preparando para o desenvolvimento do setor de energias. Através de planejamento e gestão o Governo vem realizando parcerias estratégicas com empresas e elaborando estudos para infraestrutura e para a cadeia de valor. O RN hoje é líder em geração de energia eólica onshore e também pretende liderar na produção offshore [no mar]", comentou a governadora Fátima Bezerra.

https://twitter.com/fatimabezerra

Atualmente, 94% da matriz elétrica do RN é composta por fontes renováveis, sendo a energia eólica a principal, com geração de 6,1 GW de potência instalada, tornando o estado líder nacional na geração e exportação para o Sistema Nacional de Energia.

"O Governo do Estado vem investindo na diversificação de fontes de geração de energias renováveis com o intuito de aumentar a sua participação no processo de transição energética para uma economia de baixo carbono. E temos alcançado resultados importantes na inserção de novas fontes como biomassa, solar, hídrica e, como combustível de transição, do gás natural", argumentou o secretário Desenvolvimento Econômico (SEDEC), Jaime Calado.

Mas, apesar da boa notícia de diversificação da matriz energética para redução dos gases poluentes na atmosfera, a professora Moema Hofstaetter, que faz parte do grupo de pesquisas LISAT/UFRN, é coordenadora da Escola Milton Santos-Lorenzo Milani e atua junto ao Fórum de Mudanças Climáticas e Justiça Sócio Ambiental/Núcleo RN, alerta para as consequências da implementação de energias renováveis sem diálogo com as comunidades locais e estudos de impacto.

Não podemos associar energias renováveis a energia limpa, porque teria que ser algo que ao longo da sua cadeia produtiva não gerasse nenhum tipo de impacto. E não é o caso. Sem essa inclusão efetiva das populações atingidas, os impactos são diversos, desde a limitação de circulação, com interrupção de estradas, dificuldade de acesso ao mar para pescadores; passando por retirada da mata e aterramento de lagoas, como ocorreu na Ponta do Tubarão, nas proximidades de Diogo Lopes, onde uma empresa usou a água da lagoa para fazer a base do cimento, em grande quantidade; até prostituição e exploração sexual de crianças e adolescentes”, alertou, Moema Hofstaetter em entrevista ao Balbúrdia do dia 3 de novembro.

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