“Nós precisamos sim ficar atentos à classificação etária de produtos audiovisuais”, alerta pesquisadora ao comentar Round 6
Natal, RN 29 de mar 2024

“Nós precisamos sim ficar atentos à classificação etária de produtos audiovisuais”, alerta pesquisadora ao comentar Round 6

4 de novembro de 2021
3min
“Nós precisamos sim ficar atentos à classificação etária de produtos audiovisuais”, alerta pesquisadora ao comentar Round 6

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Todas as mídias têm classificação indicativa. Programas de TV, filmes e jogos digitais são acompanhados da faixa etária mínima para a qual a obra é destinada. O sucesso da série Round 6, comentada até mesmo por crianças e adolescentes apesar de ser +16, suscita esse debate. A doutora em Comunicação e Semiótica, mestra em Educação e psicóloga, Arlete dos Santos Petry, alerta: “Nós precisamos sim ficar atentos à classificação etária de produtos audiovisuais”.

A pesquisadora, professora da Universidade Federal do Rio Grande do Norte, foi entrevistada pelo Programa Balbúrdia nesta quinta-feira (4) e falou sobre a série sul-coreana, que é a mais vista da Netflix. O enredo torna brincadeiras infantis sangrentas, dialogando com a cruel desigualdade do capitalismo.

“As mídias têm classificação por um motivo. Pessoas que conhecem o assunto vão classificar a partir dos conteúdos explícitos”, sintetiza, destacando aspectos da trama e da cena que acabam atraindo público de idades diversas. Ela própria maratonou a primeira temporada da série em um único dia.

De acordo com Arlete Petry, na década de 1980 muitos estudos foram feitos acerca do acesso a conteúdo audiovisual violento. Mais recentemente, os jogos digitais também vêm sendo pesquisados. Mas para tratar do assunto, a professora recorre ainda a um livro de 1774, “Os sofrimentos do jovem Werther”, de Goethe.

“Na época em que saiu esse livro, houve um número muito grande de suicídios entre as pessoas que liam. O livro ficou proibido. Era uma mídia importante da época. Sempre tivemos as mídias de violência e terror e isso sempre assustou as pessoas”, ressaltou Arlete, ao ponderar que, em geral, as pesquisas demonstram que uma pessoa não se torna violenta apenas por se expor a esse tipo de conteúdo.

De acordo com a especialista, uma criança saudável consegue distinguir a ficção da realidade.

Apesar disso, há pesquisas sobre jogos e televisão que constatam que logo após o contato com esses produtos, as pessoas ficam mais agitadas e inquietas.

As causas da violência estão mais relacionadas à exposição na vida cotidiana à violência. E nesses casos, o vídeo violento pode se tornar um gatilho. “Para um sujeito que não é agressivo ou não está exposto à violência familiar ou social extrema, não é o fato de consumir uma mídia que o torna violento”.

Confira entrevista completa:

[embed]https://www.youtube.com/watch?v=Xz42glXlRks[/embed]

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