“Você já se perguntou por que mesmo diante de tanta perversidade do Bolsonaro, ele ainda consegue ter o apoio da maioria do Congresso Nacional?”, questiona em vídeo Fernando Mineiro (PT-RN), atualmente secretário estadual de Gestão de Projetos e Metas e coordenador do Projeto Governo Cidadão, ao dar uma resposta direta: o presidente compra o votos dos parlamentares com dinheiro público.
Na sexta-feira (5), a ministra do Supremo Tribunal Federal (STF) Rosa Weber suspendeu o pagamento das “emendas de relator” do Orçamento da União. As verbas para obras e investimentos estariam sendo liberadas pelo governo em troca de apoio – prática de corrupção que foi chamada de “orçamento secreto”.
Mineiro lembra que só neste ano, 18 bilhões de reais foram destinados a essas emendas, que são definidas em acertos informais entre aliados e o governo federal. Em 2022, ano de eleições, estão previstos 20 bilhões, com a aprovação da PEC dos Precatórios.
“Essa farra pode estar com os dias contados. É preciso acompanhar o que acontece lá em Brasília. E acompanhar principalmente quais parlamentares do Rio Grande do Norte fazem uso do chamado orçamento secreto. Esse é o maior escândalo da história do Brasil”, alerta Mineiro. “Fique de olho”.
Desse orçamento, o ministro do Desenvolvimento Regional, o potiguar Rogério Marinho, pegou R$ 1,4 milhão para a obra de um mirante turístico vizinho a um terreno onde construirá um condomínio privado no município de Monte das Gameleiras, no agreste do Rio Grande do Norte. A atração turística fica a cerca de 300 metros de propriedade do ministro.
O Tribunal de Contas da União (TCU) incluiu na pauta da sessão plenária da próxima quarta-feira (10) a análise de dois pedidos para que a Corte apure se o presidente Jair Bolsonaro criou mesmo um orçamento secreto em troca de apoio em votações no Congresso. O relator do processo no TCU é o ministro Raimundo Carreiro. Os pedidos de investigação foram formulados pelo subprocurador-Geral do Ministério Público junto ao TCU, Lucas Rocha Furtado, e pelo deputado Alessandro Molon (PSB-RJ), líder da oposição na Câmara.
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