Apesar do anúncio do ministério do Desenvolvimento Regional (MDR) de construção de 462 cisternas no Rio Grande do Norte em 2021, funcionários da Secretaria de Estado do Meio Ambiente e Recursos Hídricos (Semarh) e da Fundação Nacional de Saúde (Funasa), garantem que nenhuma cisterna foi instalada este ano no estado.
O programa de construção de cisternas era considerado o mais importante de convivência com a seca no semiárido nordestino, porque garantia uma fonte permanente de água, mesmo nos períodos de seca, com a captação e armazenamento de água da chuva.
Lançado em 2003 durante o governo do presidente Lula, o Programa Cisternas chegou a financiar em 2014 mais de 149 mil cisternas, maior número de equipamentos construídos no programa, já na gestão de Dilma Rousseff. Em 2019, foram 30 mil construções e em 2020, 8.310, número 70% menor do que as construções do ano anterior. A queda chega a ser de 94% na comparação com 2014. Durante os governos dos ex-presidentes Lula e Dilma, ambos do PT, foram entregues um total de 1,1 milhão de cisternas.
De acordo com a Semarh, a Secretaria já até teve participação na construção de cisternas no estado, mas a atividade foi assumida pelo MDR, que tem à frente o potiguar Rogério Marinho (PSDB), que faz oposição à governadora do RN, Fátima Bezerra (PT).
A direção da Semarh também confirma que não houve construção de cisternas este ano no Rio Grande do Norte e que, no momento, não há nenhum programa nesse sentido em atividade, ou seja não há repasses para isso. A construção de cada cisterna tem um custo estimado de cerca de R$ 4.500.