Por Leo Lupi
A possibilidade de uma chapa Lula-Alckmin soa desnecessária, despropositada e, ainda que olhada de forma otimista, tardia.
Afinal, PT e PSDB (partido em que Alckmin passou toda a sua vida) já poderiam ter dialogado em outros momentos. Poderiam ter dialogado quando a crise política se acentuou no início da última década, e, quem sabe, evitado o fatídico impeachment ou a eleição de Bolsonaro.
Lula e FHC poderiam ter dialogado em diversos momentos, mas preferiram rivalizar entre si e dialogar com Sarney, Renan, Eunício, Temer, Cunha.
PT e PSDB praticaram o mesmo modelo econômico, monopolizaram a política eleitoral até 2018 e são totalmente responsáveis pelo que o Brasil é hoje. Para o bem e para o mal.
Praticaram a mesma política tóxica e bélica frente às câmeras, se recusando ao diálogo nos momentos em que o país mais precisou. Agora, já imersos na tragédia Bolsonaro e num cenário em que Lula pode até mesmo vencer no primeiro turno, o diálogo é tardio, atrasado e desnecessário.
Tendo a oportunidade de ouro de apresentar um novo horizonte, Lula se acomoda em prometer resgatar seus governos anteriores.
Agora, com Alckmin, com ainda mais cara de passado e de atraso.