“A gente nunca passou por isso”, chama atenção o diretor do Sindicato dos Trabalhadores em Educação Público do Rio Grande do Norte (Sinte/RN), Erlon Araújo, ao se referir ao tratamento que a Prefeitura de Natal oferece aos educadores municipais. “O prefeito Álvaro Dias está maltratando, sucateando a educação”.
Erlon é diretor de organização da capital e, no Programa Balbúrdia desta terça-feira (7), falou sobre os motivos que levaram os professores da rede municipal de Natal a decidirem pela greve a partir da próxima sexta (10).
O prefeito Álvaro Dias (PSDB) quer implantar apenas 6,42% do reajuste de 12,84% ao qual os professores têm direito, sem retroativo para ativos e aposentados.
“Deflagrar uma greve no final do ano letivo é uma situação atípica e a gente tá vivenciando pela falta de respeito do nosso gestor principal, que é Álvaro Dias. Está na mãos deles a aplicação da lei municipal de 2013, Nº 6.425, que rege a atualização salarial”, lamentou, ao explicar que o reajuste que a categoria reivindica deveria ter sido feito em dezembro de 2019.
O sindicalista também acusa o prefeito de jogar com a opinião pública, quando diz que está disposto a negociar, mas não comunica publicamente que o percentual apresentado é a metade daquele estabelecido pela lei. Além disso, novo aumento deve ser cobrado em 2022.
Segundo Erlon Araújo, o piso nunca foi negado por outro prefeito. Na opinião dele, “Álvaro Dias consegue ser pior que Micarla”, que não concluiu o mandato e é lembrada por má gestão. O diretor sindical ainda acusa o peessedebista de “mentiroso”.
O prefeito havia dito que seguiria o Estado na atualização salarial. Não foi o que fez. No mesmo período em que o Sinte/RN reivindicou do Município, fez o mesmo no Estado. O pleito foi atendido apenas pela governadora Fátima Bezerra (PT).
“O prefeito fica como mentiroso, porque disse que pagaria aos moldes do Estado e não pagou. E a governadora fez uma coisa histórica: concedeu mudança de nível, uma coisa que era conquistada só pela Justiça. Ela concedeu a todos os profissionais”, comemorou, ao destacar que o Município já foi referência em valorização do magistério e nunca antes o Estado teve salários maiores que na rede de Natal, como ocorre agora.
Confira entrevista completa: