Estabilidade em solicitações de leitos no Oeste e crescimento na região Metropolitana reafirmam que Carnatal agravou pandemia no RN
Natal, RN 19 de abr 2024

Estabilidade em solicitações de leitos no Oeste e crescimento na região Metropolitana reafirmam que Carnatal agravou pandemia no RN

7 de janeiro de 2022
4min
Estabilidade em solicitações de leitos no Oeste e crescimento na região Metropolitana reafirmam que Carnatal agravou pandemia no RN

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Novos dados reafirmam que o Carnatal 2021 teve grande influência no aumento de casos da covid-19 em Natal e no Rio Grande do Norte, alerta o professor do departamento de Física da UFRN José Dias do Nascimento Júnior. O astrofísico aponta que a média de solicitações de leitos covid na Central Oeste se mantém estável e que a pressão no sistema de saúde está realmente concentrada na região Metropolitana.

“A solução de muitos casos em estudo, junto com a chegada de mais dados, somente reforça os aspectos que foram levantados no artigo anterior e escrito sobre o impacto do Carnatal na incidência do SARS-CoV-2 no Rio Grande do Norte. Como já mencionado, os dados após o período de latência mostram impacto na evolução da doença no estado”, comentou o pesquisador responsável pelos gráficos e projeções relacionadas à pandemia no Comitê Científico do Nordeste. A análise é feita com base nos dados apurados pelo método Mosaic-UFRN.

Segundo José Dias, em novo artigo publicado no Medium, os gráficos, mesmo os que são feitos de forma automática pela plataforma Regula RN, comprovam o que foi dito antes e ainda agravam os aspectos levantados na análise detalhada. No final de novembro de 2021, os indicadores epidemiológicos revelaram uma queda consistente. O Carnatal foi realizado de 9 a 12 de dezembro de 2021 e, no dia 27, a tendência foi de crescimento dos casos de covid-19, após período de latência do vírus.

Veja os gráficos disponíveis no Regla RN:

“Os dados presentes quebram a narrativa circulada sobre o não-impacto da festa na evolução da doença. E cai por terra argumentos simplistas sobre a conexão das mudanças locais com o cenário global. É óbvio que a pandemia segue ondas de contágio (quando se compara meses). Porém na análise detalhada da dinâmica diária e semanal do contágio percebe-se que cada local ou região tem sua pandemia, particular às condições de aglomeração, vacinação, uso de máscara e restrições diversas. As declarações foram apressadas e sem o devido rigor científico. Tal situação desorienta, desinforma e coloca em risco a população”, detalhou.

O pesquisador encerra o texto com uma nota de repúdio a blogs que criticaram o método científico adotado em sua análise. José Dias diz que opinar contra dado científico fere de morte a ética jornalística.

“Quando não é em nome de ‘Deus, pátria e família’, é o argumento do ‘prejudicar nosso desenvolvimento’ que justifica a sobreposição do interesse particular em detrimento do interesse público. Curioso que o conceito de ‘desenvolvimento’ utilizado por aqui não coincida com os parâmetros de redução das desigualdades sociais, com o andar por calçadas que também permitam deslocamento de cadeirantes e pessoas com dificuldade de locomoção, ou caminhar livremente a pé pela cidade sem medo de assalto ou estupro. O ‘desenvolvimento’ por aqui parece ter chegado apenas a alguns poucos que transitam em seus carros do ano em ambientes artificiais. Enquanto isso, seguimos na luta com ‘o enorme passado que o Brasil tem pela frente’, como já dizia o grande Millôr Fernandes”, escreveu.

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