Com a assertiva de que a “Unidade Popular não é apenas uma saída eleitoral”, Léo Péricles, presidente nacional da sigla partidária mais jovem do país e pré-candidato à presidência da República em 2022, cumpriu agenda política em Natal nesta sexta-feira (21). Em plenária aberta, realizada na rua Teotônio Freire, em frente à Ocupação Emmanuel Bezerra, no bairro da Ribeira, ele reafirmou a centralidade do “povo na rua” para derrubar o governo de Jair Bolsonaro e apresentou o que afirma ser um “programa estrutural de transformações profundas do Brasil”.
Falando para um público de mais de uma centena de pessoas, entre jovens, moradores do bairro, movimentos sociais, como o Movimento de Luta nos Bairros, Vilas e Favelas, o Movimento de Mulheres Olga Benário, o Movimento Luta de Classes e a União da Juventude Rebelião, e de outros partidos políticos, como o Partido Comunista Brasileiro (PCB) e o Partido Comunista Revolucionário (PCR), além do mandato da deputada federal Natália Bonavides (PT-RN), o único homem negro a presidir um partido político atualmente no Brasil afirmou que um dos objetivos da pré-candidatura da UP é enfraquecer o capitalismo.
“Não existe um projeto efetivamente de esquerda que não aponte a superação do capitalismo”, ressaltou Péricles.
Morador de Ocupação Urbana Eliana Silva, Léo Péricles avalia que há espaço para se “buscar pela raiz a solução dos problemas” e falou da necessidade de realizar reformas estruturais. “As chamadas históricas reforma de base no Brasil são centrais. Para a gente tem que haver mudança da estrutura como está montado o Brasil. Uma estrutura montada para quem é muito rico continuar muito rico, mantendo a estrutura do Brasil assim desigual e atrasada”.
Entre as plataformas da Unidade Popular estão a defesa da revogação da reforma trabalhista, realizada durante o governo Temer, e da reforma da Previdência, aprovada no governo de Jair Bolsonaro (PL), que na avaliação de Péricles não geraram novos empregos e tiraram direitos dos trabalhadores, a revogação do teto de gastos, taxação de grandes fortunas, realização da reforma urbana e da reforma agrária, já prevista na Constituição Brasileira de 1988, nacionalização das riquezas e reestatização das estatais privatizadas.
“Metade da população vive em extrema pobreza e a saída para essa situação passa por um conjunto de medidas populares que possam intervir diretamente na economia, garantir recursos para investir nas áreas sociais”, comentou, em entrevista à Agência Saiba Mais que você confere na íntegra neste domingo, 23.
A UP também se posiciona pela punição aos torturadores da ditadura militar e pela imediata revisão da Lei de Anistia. “O Brasil é o único país da América do Sul que não puniu os seus torturadores” e essa impunidade do passado, para Péricles, leva a impunidade do presente.
“Essa imunidade leva que a juventude pobre, em especial negra, desse Brasil, seja massacrada”, afirma Péricles.

Agenda em Natal
Além da plenária, Léo concedeu entrevistas à imprensa, fez visitas às ocupações Emmanuel Bezerra e Valdete Guerra e teve um encontro com Priscila Souza, mãe do adolescente Giovanni Gabriel, assassinado por policiais militares.
A visita à Natal faz parte de uma agenda que o pré-candidato tem cumprido na região Nordeste ao longo dessa semana. Antes da capital potiguar, Léo Péricles esteve nos Estados de Pernambuco e da Paraíba.
Sobre a UP
O objetivo é apresentar as pautas da UP, o partido mais jovem do país, que conseguiu o seu registro junto ao TSE em 2019 e conta hoje com cerca 3 mil filiados com diretórios em 21 estados da Federação. Disputou as eleições municipais em 2020, com o lançamento de 99 candidaturas a Câmara de Vereadores e 15 ao poder executivo municipal.
Para este ano, o partido, que já lançou sua pré-candidatura à Presidência da República, articula possíveis candidaturas aos governos estaduais, assembleias legislativas e ao Congresso Nacional.
Ação policial na Ocupação
Logo após o término da plenária da UP, o MLB publicou um vídeo nas redes sociais denunciando a realização de uma ação da polícia militar na Ocupação Emmanuel Bezerra. “Logo após plenária com @leonardopericles.oficial a PM do RN entrou na Ocupação Emmanuel Bezerra local aonde foi realizado o evento. A PM entrou de forma truculenta, com arma não mão e se negando a usar máscara! Sem nenhum tipo de mandato de busca ou qualquer tipo de desculpa!”, afirma o movimento.
A Unidade Popular também reagiu à ação. “A Unidade Popular pelo Socialismo repudia a forma truculenta que a polícia agiu e afirma que não se intimidará com esse tipo de ataque fascista!”.
A entrevista na íntegra você confere neste domingo na Agência Saiba Mais.