OPINIÃO

Se fosse outro governo o Sinte já estaria chamando uma greve?

Por Rômulo Arnaud 

“Se fosse outro governo, o Sinte-RN já estaria convocando uma greve nesse momento”. A afirmação, e suas variantes, martelada a exaustão nas redes sociais, carrega em si a estratégia do responsável pela máquina de propaganda nazista Joseph Gobbels, que dizia: uma mentira repetida várias vezes se torna verdade.

No entanto, a verdade é fácil de encontrar na própria história do nosso Sindicato. Há anos, fomos desenvolvendo um modelo no comportamento e na organização da nossa luta que fez dos profissionais da educação os detentores das conquistas mais relevantes na luta sindical. Esse jeito de lutar, aplicado a qualquer governo, foi referendado pela categoria nas diversas eleições para a direção do Sindicato. É claro que a fórmula não é rígida nem imutável. Segue evoluindo com a experiência da direção e os anseios da categoria.

Que modelo é esse?

1 – Convocação de assembleia nos primeiros dias de aula,
2 – aprovação da campanha salarial,
3- Envio de ofício para o governo,
4 – audiência de negociação,
5 – avaliação das propostas em assembleia
6 – nova audiência,
7 – aceitação ou greve,
8 – mais negociação etc.

Vejamos agora a aplicação prática nesse recorte histórico a partir da criação do piso..

2009 – Não teve greve
2010 (01/03/2010) Reajuste do piso, sem usar nenhum tipo de gratificação
2011 – Rosalba governadora (Greve a partir de maio, até o mês de agosto)
2012 – Não teve greve
2013 – Greve em agosto até setembro – Luta pelo pagamento das horas a mais trabalhadas (25h) e revogação do artigo 40 da 322, que pessoa ao mudar nível, voltava para a letra correspondente ao salário. Depois de acordo “suspendemos a greve” governo ficou de alterar a lei e passar a pagar as horas, como o governo não cumpriu o acordo, reiniciamos a greve, no do 28 de janeiro de 2014.
2016 – Governo Robinson – Não teve Greve
2017 – Greve iniciada em 15 de março – Piso salarial e reforma da previdência – Durou menos de um mês
2018 – Greve iniciada em 21 de março – Piso salarial e atraso de pagamento.
2019 – Governo de Fátima – Não teve greve – Piso foi implantado em toda carreira.
2020 – Greve iniciada em 28 de fevereiro e encerrada no dia 18 de março, em função da PANDEMIA.

Um dado que vale ser ressaltado: de 2009 até 2020, período de vigência do piso salarial do magistério, a greve que iniciou mais cedo na educação estadual do RN foi justamente no governo da Professora Fátima Bezerra.

O Sinte-RN, continuará a luta em defesa da categoria, com coerência , com diálogo, com firmeza e radicalidade, quando o momento se fizer necessário.

Rômulo Arnaud é Coordenador Geral do Sinte-RN

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