A banalização da vida
Natal, RN 25 de abr 2024

A banalização da vida

18 de fevereiro de 2022
3min
A banalização da vida

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A vida no Brasil atual passou a valer quase nada, principalmente para quem passou a adotar a intolerância como regra social. Uma ação lamentável e que, infelizmente, tem crescido no seio da nossa sociedade. A inversão de valores acontece a partir de uma distorção do entendimento real do papel que cada um tem e exerce como cidadania.

As redes sociais passaram a ser palco principal para muita gente que, de uma hora para a outra, se descobriu ativista, influencer, se permitindo opinar sobre qualquer coisa como se especialista nas áreas abordadas fossem. Uma crise geral de identidade que muito mais tem atrapalhado as regras da boa convivência do que construído laços fortes de convívio social.

O desrespeito passou a ser valor, a partir das mais absurdas justificativas para os incautos que cometem inúmeras atrocidades, não importando o que isso pode causar às pessoas, às suas famílias e a comunidade. E o pior, tudo estimulado e impulsionado por gente que estabeleceu como meta a tática da destruição de reputações, a partir de estórias construídas em base de inverdades, propagando-se a mentira e imputando muitas vezes a pessoas de bem, o mau como elemento impulsionador de comportamentos sociais reprováveis.

A vida passou a ser banal, a partir de um enredo engendrado nas hostes de estratégias de desqualificação, criados principalmente nos ditos gabinetes do ódio e similares. Tudo encoberto por falsas premissas de valores invertidos e de falsas alegações em nome de Deus, da pátria e da família, por exemplo. Sem falar na alegação, também falsa, da dicotomia política de esquerda e direita.

Os discursos de ódio que imperam nas redes sociais têm levado a sociedade brasileira a um estado de retrocesso nunca visto antes. A mentira criada e difundida, inicialmente por robôs e amplificada por uma rede bem construída e consolidada, está provocando um mal extremo às pessoas. Ao ponto de que ameaçar, denegrir e até mesmo atos extremos como o assassinato de uma pessoa passou a ser visto como algo “normal”. Um claro sintoma desse terrível mal que nos acomete na atualidade.

Descobrir o antídoto para esse mal é missão de todos os cidadãos que acreditam que a vida é fundamental, e que viver em comunidade, exige muito mais respeito ao próximo e aos valores indissociáveis, do que simplesmente condenar as atitudes inaceitáveis.

A banalização da vida não pode continuar a ser uma meta em nome da inversão de valores ou até mesmo das falsas premissas dos que se utilizam do nome de Deus como se a divindade fosse o propulsor daquilo que os dogmas e preceitos religiosos pregam, quando na verdade, estamos diante de falsos profetas. Se é que essas figuras podem ser consideradas falsos profetas.

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