Contra a escalada militar da OTAN e da Rússia na Ucrânia!
Natal, RN 19 de abr 2024

Contra a escalada militar da OTAN e da Rússia na Ucrânia!

25 de fevereiro de 2022
4min
Contra a escalada militar da OTAN e da Rússia na Ucrânia!

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Depois de um cerco militar de quase dois meses, a crise no leste europeu ganhou um novo capítulo: a invasão militar russa no território ucraniano. Em menos de 24h, estimam-se ao menos 203 ataques, com explosões através de mísseis em 16 regiões da Ucrânia. Neste breve texto não queremos tratar histórica e minuciosamente do que está por trás deste conflito militar, mas reivindicar uma posição de princípio contra a guerra, procurando afirmar uma localização de classe frente às disputas inter-imperialistas que se acirram.

Antes de tudo, por mais óbvio que seja, é preciso afirmar que a escalada de violência militar a que estamos assistindo tem o comando de grandes potências capitalistas. Isso, por si só, seria o suficiente para concluirmos que em uma guerra capitalista, imperialista, não há nada que seja do interesses dos trabalhadores. Não há, portanto, um capitalismo melhor frente a um pior, um imperialismo menos agressivo frente a um mais agressivo. Nossa tarefa internacionalista é posta em prática ombro a ombro com os trabalhadores russos, ucranianos e de todos países, mas não com os seus aparelhos estatais autoritários e militares. Muitos desses trabalhadores, temendo as próprias vidas, estão terminantemente contra a guerra. Ontem, por exemplo, o governo autoritário de Putin, a quem Bolsonaro se dirige como um aliado, prendeu mais de 900 manifestantes em atos anti-guerra pela Rússia.

Uma vez entendida a natureza capitalista e imperialista da guerra, vamos aos seus elementos mais objetivos: de um lado está o governo da Ucrânia junto a OTAN, atuando em prol do imperialismo ocidental dos EUA. A expansão para o leste-europeu se apoia em interesses econômicos e políticos, nomeadamente os gasodutos em um contexto de crise energética, além da necessidade do imperialismo estadunidense afirmar-se como hegemônico. Já a retórica de Putin é justificar a agressão militar sob o pretexto de defender regiões de maioria russa do Donbass, chegando a afirmar que a Ucrânia é uma invenção de Lênin. O mesmo Lênin, vale lembrar aos reféns do campismo, que se colocou contra a guerra imperialista do início do século passado diante da derrocada da II Internacional e da Social-Democracia Alemã. Mas o fato é que a retórica de Putin esconde a velha máxima do imperialista: agressões militares, com anexações territoriais, em prol de resolver seus próprias problemas internos, de um governo autoritário em crise.

O que há de comum nesta disputa inter-imperialista é a escalada militar contra o povo em nome de interesses políticos e econômicos de expansão capitalista. Os imperialismos se retroalimentam da mesma retórica. A indústria bélica lucra milhões às custas das vidas de milhares de trabalhadores, que se veem obrigados agora a fugir das suas próprias casas. A agressão militar russa contra os ucranianos é injustificada e “preventiva”, isto é, apesar da tensão dos últimos meses, não houve um desenlace objetivo que justificasse tamanhos ataques de ontem para hoje.

Nossa tarefa internacionalista agora é lutar pela paz, somando-nos a uma campanha mundial contra a guerra. Não podemos tolerar nenhum ataque militar russo ao território ucraniano, como também nenhuma investida militar por parte da OTAN. A autodeterminação, bandeira histórica dos socialistas, é a nossa bússola neste momento. Que o povo ucraniano e suas minorias nacionais tenham direito a autodeterminação! Pelo fim da invasão russa na Ucrânia! Pelo fim da expansão da OTAN no leste europeu!

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