Em uma postagem nas redes sociais, um jovem de Caicó, cidade do interior do Rio Grande do Norte que fica a pouco mais de 272 quilômetros de Natal, sugeriu o envenenamento de Jair Bolsonaro (PL) durante a passagem do presidente pela cidade.
Por causa da publicação, o jovem teve que prestar esclarecimentos à Polícia Federal. Bolsonaro tem agenda por cidades do Nordeste nesta terça (8) e quarta (9). A programação prevê que o presidente chegue na terça à noite de helicóptero em Caicó, onde vai pernoitar, e siga na quarta para a barragem de Oiticica, em Jucurutu, e depois para Jardim de Piranhas, onde inaugura o Eixo Leste da obra de transposição das águas do Rio São Francisco. Na sequência, o Bolsonaro voa para Mossoró, de onde retorna à Brasília.
Perseguição a opositores
Essa não é a primeira vez que a Polícia Federal, comandada por Bolsonaro, atua nesse tipo de caso. O que tem sido muito criticado por advogados e estudiosos do Direito diante do baixo potencial de risco real à vida do presidente e à incapacidade de separar a crítica legítima a um gestor público de uma eventual prática de crime.
No final de novembro de 2021, uma mulher de 40 anos foi presa depois de xingar o presidente durante sua passagem pela cidade de Rezende, no Rio de Janeiro, para a formatura de cadetes da Academia Militar Agulhas Negras. Bolsonaro passou pela Via Dutra para acenar para motoristas quando ouviu os xingamentos. A mulher foi abordada por policiais da Polícia Rodoviária Federal (PRF) logo na sequência, autuada por injúria e levada para a delegacia da PRF na cidade mais próxima, em Volta Redonda. Ela foi liberada depois que foi lavrado um Termo Circunstanciado de Ocorrência (RCO).
Em março de 2021, um jovem de 24 anos, de Uberlândia (MG), foi preso em flagrante depois de uma postagem na internet na qual perguntava às pessoas quem se dispunha a virar herói nacional, diante da passagem de Bolsonaro pela cidade. Na época a Polícia Federal instaurou inquérito com base na Lei de Segurança Nacional, criada durante a Ditadura Militar. Ao todo, 25 pessoas foram intimadas por compartilhar a mensagem. A ação foi muito criticada por advogados do após que classificaram a ação como retrógrada.
Para quem não lembra, no dia 1º de setembro de 2018, durante um comício em Rio Branco, no Acre, para as eleições presidenciais daquele ano, Bolsonaro afirmou que iria “fuzilar a petralhada“, numa referência aos eleitores do Partido dos Trabalhadores (PT). No entanto, nenhum inquérito foi aberto na época.