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Reeleição de Fátima: PT encaminha aliança com Carlos Eduardo Alves para o Senado e manterá dobradinha com Antenor Roberto para o Governo
5 de fevereiro de 2022
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O Partido dos Trabalhadores encaminhou nos últimos dias o que considera a chapa ideal, neste momento, para o projeto de reeleição da governadora Fátima Bezerra (PT). A aliança com o PCdoB deve ser fortalecida e a dobradinha com Antenor Roberto está cada vez mais próxima de se repetir, agora em 2022.
Já para o Senado, Fátima deve percorrer o Estado com um antigo aliado que virou adversário em 2018 e de quem volta a se reaproximar agora.
O ex-prefeito de Natal Carlos Eduardo Alves (PDT) será o senador de Fátima, salvo uma mudança radical nas negociações. A chegada dele ajudaria a neutralizar em parte a rejeição do PT em Natal e ainda deixaria Ciro Gomes com dificuldade de formar um palanque no Rio Grande do Norte.
A nota ríspida divulgada quinta-feira (3) pelo senador Jean Paul Prates, atacando Carlos Eduardo de forma indireta, irritou o comando petista e, na avaliação de alguns dirigentes, resvalou na liderança da própria governadora.
O PT decidiu divulgar uma nota oficial no início da próxima semana reafirmando todo apoio à governadora. O comunicado deve destacar que ela é a liderança maior do Estado e que tem todo o respaldo do Partido para comandar as articulações voltadas para a definição da chapa ao lado do presidente estadual do PT Júnior Souto, assim como nacionalmente acontece com Lula e Gleisi Hoffman.
Sobre Carlos Eduardo Alves e o apoio dele a Jair Bolsonaro no 2º turno da eleição de 2018, duas fontes ouvidas pela agência Saiba Mais lembraram que o ex-prefeito já foi eleito com o apoio do PT em outras eleições e ainda coordenou uma campanha de Lula na região Nordeste. Outro fator é a pressão interna no PDT para que Ciro desista da candidatura se não alcançar 15% das intenções de voto até março. Caso isso aconteça, Carlos Eduardo já avisou faria campanha para Lula tranquilamente.
- Carlos Eduardo também disse que não sobe em palanque bolsonarista de jeito nenhum nem o PDT autorizaria", afirmou um interlocutor petista que pediu anonimato.
Vice
O atual vice-governador vinha sofrendo uma concorrência pesada do MDB e também do PROS, cuja principal liderança estadual é o secretário de Estado de Desenvolvimento Econômico Jaime Calado, marido da senadora Zenaide Maia.
- Jaime pediu a vice, mas reconheceu a liderança e a tática da governadora e deixou claro que o que Fátima decidir ele vai apoiá-la", afirmou a fonte.
Calado confirmou em entrevista recente ao programa Balbúrdia, da agência Saiba Mais, que deve se licenciar do governo em abril para concorrer a uma vaga a Câmara Federal.
Jantar em Natal reunião Walter, Fátima Garibaldi e Lula / Foto: cedida[/caption]
As especulações em torno da aliança com o MDB para compor a chapa majoritária, costuradas com a ajuda do ex-presidente Lula, esbarraram na pressão interna da militância avessa à composição e também no nome indicado pela sigla comandada pela família Alves no Estado potiguar.
"Não cabem dois Alves na mesma chapa", disse a fonte.
Ao contrário do que vinha sendo especulado, o convite feito pelo ex-presidente Lula foi para que Garibaldi Alves Filho topasse ser o senador de Fátima. No entanto, o ex-ministro negou o convite justificando a idade avançada, mas ofereceu o filho, o deputado federal Walter Alves, na aliança para o Governo, o que provocou um impasse entre o comando estadual do PT, embora o próprio Chefe da Casa Civil Raimundo Alves tenha confirmado à imprensa conversas em andamento com o MDB.
Lula e Gleisi Hoffman acompanham as negociações do Rio Grande do Norte atentamente e já estão cientes de que Carlos Eduardo será o candidato ao Senado na chapa. Fátima Bezerra é a única candidata à reeleição do PT no país em 2022 e a renovação do mandato dela é uma das prioridades da sigla.
Apesar do encaminhamento da chapa Fátima, Antenor e Carlos Eduardo, o PT não quer excluir o MDB de um possível arco de alianças e ainda mantém reuniões com o partido. Este é o desenho de hoje, mas como as convenções partidárias estão marcadas para 5 de agosto é possível (mas pouco provável) que haja mudanças na aliança.
Lula queria Garibaldi para o Senado
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