As declarações de Rogério Marinho (PL) à imprensa local neste domingo (6) afirmando que vigora hoje no Rio Grande do Norte um “pacto da mediocridade”, em razão da atual gestão celebrar o pagamento em dia dos salários dos servidores públicos, não ficaram sem resposta do Governo.

Pelo menos três auxiliares diretos da governadora Fátima Bezerra - Pedro Lopes (Controladoria), Carlos Eduardo Xavier (Tributação) e Daniel Cabral (Comunicação) - se pronunciaram nas redes sociais e rebateram os ataques.

Marinho foi questionado pelo jornal Tribuna do Norte sobre as articulações em torno do candidato do grupo oposicionista ao Senado e se haverá um entendimento entre ele e o ministro Fábio Faria, já que é público o fato de que os dois disputam os mesmo posto:

- Então, nós temos conversado sobre a necessidade de estarmos no mesmo grupo, de termos um candidato que una esse grupo de oposição ao governo do estado e que tem uma proposta efetiva de se contrapor a esse pacto da mediocridade que se estabeleceu no Rio Grande do Norte. Nós temos hoje um governo que se ufana e que se orgulha de pagar salários em dias, o que é uma obrigação. Isso é muito pouco para o Rio Grande do Norte”, disse. 

Na próxima quarta-feira (9), o presidente Jair Bolsonaro virá ao Rio Grande do Norte para a inauguração de um trecho da transposição do rio São Francisco no Estado. Ainda assim, faltando oito meses para as eleições, não há um único político alinhado ao bolsonarismo no RN que tenha se apresentado para defender o governo do presidente em contraposição à gestão do PT em outubro.

Sobre as críticas de Rogério Marinho ao governo Fátima, o secretário de Comunicação Daniel Cabral foi duro na resposta:

O secretário de Estado de Tributação Carlos Eduardo Xavier também não poupou palavras, lembrando que Rogério Marinho fez parte dos governos que deixaram o Rio Grande do Norte em situação pré-falimentar:

- Depois de dois governos estaduais trágicos da direita potiguar, vir um representante desta turma falar em mediocridade, só pode ser duas coisas: ou falta de memória, ou cara de pau mesmo”.

Carlos Eduardo Xavier, secretário de Estado de Tributação

“Há dois projetos em curso: um que respeita o trabalhador e outro que não respeita”, afirmou o controlador-geral

Em vídeo divulgado em grupos de whats App endereçado especialmente aos servidores públicos, o controlador-geral do Estado Pedro Lopes fez uma crítica mais técnica ao ministro Rogério Marinho, destacando a importância não só do pagamento em dia do funcionalismo, como também a quitação da dívida de quase R$ 1 bilhão herdada do governo anterior, apoiado pelo bolsonarista. Lopes lembrou que uma folha paga em dia equivale a R$ 500 milhões por mês no comércio, o que movimenta toda a cadeia econômica, incluindo a geração de emprego:

- Fui ler a matéria para saber qual é a visão do ministro sobre mediocridade e vi que Rogério Marinho coloca como o grande feito do Governo o pagamento em dia dos servidores que é, de fato, uma obrigação, e ele próprio reconhece isso. Agora é uma obrigação que o governo anterior não cumpria, tanto que deixou R$ 1 bilhão em dívidas, pagos pelo nosso governo. E aqui ratifico que já temos 53 mil servidores com seus salários em dia e até maio todos os servidores estarão com os salários em dia e não vai haver mais atraso salarial. Colocar a folha em dia significa mais de R$ 500 milhões por mês no comércio. Com essa estabilidade, o comércio ganha e geramos empregos”.

Pedro Lopes, controlador-geral do Estado

O titular da Control destacou que há dois projetos para o Estado em curso, um representado pela governadora Fátima Bezerra, e outro pelo grupo que tem, entre outros representantes, o ministro bolsonarista Rogério Marinho:

- Estamos diante de dois projetos: um liderado pela governadora Fátima Bezerra, que respeita seus compromissos e os trabalhadores, no caso os servidores públicos. O outro projeto não respeita os trabalhadores. A gente sabe como terminou o conceito de gestão que não prioriza o pagamento dos servidores: ruim para os servidores e ruim para o comércio. Então desorganizar o serviço público desorganiza toda a sociedade. As pessoas que administram o Estado precisam tem uma visão respeitosa dos operadores do serviço público. Mas parece que esse pessoal ainda não enxergou que atender o serviço público, pagar em dia, é importante para poder entregar outros produtos de qualidade para a sociedade. Teremos eleições em 2022 e as posições estão muito claras”, encerrou.