Atual vice-governador do Rio Grande do Norte, Antenor Roberto (PC do B) tem visto o seu nome ser colocado como tendo poucas chances de repetir a chapa com a governadora Fátima Bezerra (PT). As especulações são de que Fátima e o PT avaliam que precisam de mais alianças, portanto, precisariam da vaga de vice para fechar acordos políticos vislumbrando a eleição de outubro.
Contudo, o PC do B internamente avalia que o nome de Antenor continua firme na disputa. “O partido vai retomar, após o carnaval, os diálogos com a governadora no sentido de que Antenor deve ser mantido na chapa”, disse à reportagem da agência Saiba Mais, Jan Varela, presidente do diretório de Natal da legenda.
Dirigentes do partido avaliam que alguns fatores podem levar Fátima a se decidir pela manutenção de Antenor na chapa. A lealdade ao projeto político e á governadora é um deles. Como existem grandes chances de Fátima, se reeleita, renunciar ao Governo em abril de 2026 para tentar cadeira no Senado, haveria a necessidade de entregar a gestão a alguem de confiança, que é o caso de Antenor.
Outro fator é que Antenor, como procurador federal de carreira, tem grande utilidade na interlocução com o mundo jurídico e o Ministério Público, além de outros setores da sociedade civil. Contudo, uma nova candidatura de Antenor esbarra justamente na questão mais delicada: a política.
Fátima e os dirigentes nacionais e estaduais do PT sabem que ainda que lidere as pesquisas de intenção de voto, nem a governadora nem Lula, na esfera da candidatura a presidente, têm a vitória garantida. Em um cenário bastante polarizado, o bolsonarismo ainda mostra força e vem se preparando para o embate eleitoral. Daí petistas verem a necessidade de construir alianças e dialogar com partidos diversos para aglutinar forças para a campanha de Fátima.
PARTIDOS E POSSIBILIDADES
Neste leque de alianças Fátima vem dialogando com MDB, PDT, PV, PSB e PROS. Tudo indica que a aliança com Carlos Eduardo Alves (PDT) como pré-candidato ao Senado está quase selada. Na chapa, portanto, sobraria a vaga de pré-candidato a vice-governador, que o PC do B quer manter. Mas, se PSB e PV não têm nomes de peso para pleitear o espaço e sonham com peso em um segundo Governo Fátima ou nas suplências de senador, o MDB e o PROS lutam pela indicação, com Walter Alves e Jaime Calado, respectivamente.
Pesa a favor do MDB a capilaridade do partido no interior do Estado. E ao PROS o fato de contar com uma senadora, Zenaide Maia.
Contudo, entre prós e contras, tudo pesado na balança, o PC do B acredita que o jogo ainda está aberto. “Queremos a continuidade de um projeto para o Rio Grande do Norte que está apresentando resultados”, sentencia Jan Varela.