Esse jogo não é um a um
Natal, RN 19 de mar 2024

Esse jogo não é um a um

11 de março de 2022
3min
Esse jogo não é um a um

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“A política não é para amadores”. Esse é um ditado bem comum no meio político e que retrata, de certa forma, uma visão distorcida e preconceituosa, como se a atividade fosse algo inalcançável e distante da realidade da maioria das pessoas.
Infelizmente, essa máxima vem sendo difundida há tempos como uma forma de segregação e, ao mesmo tempo, de provocar na opinião pública a imagem de que políticos são seres especiais e até mesmo uns semideuses. Isso, inclusive, é estimulado por muitos políticos que fazem questão de aparecer aos olhos da população como os verdadeiros salvadores da pátria.

A realidade é que a política há muito se tornou um negócio para pessoas que forjaram a cultura do eu em primeiro lugar, e o resto... há o resto, depois eu penso como fazer. Daí, a proliferação de grupos familiares, setores econômicos e sociais e até mesmo da criminalidade, ocupando espaços importantes e perpetuando dessa forma, a máxima de que o negócio é para profissionais.

Claro que nesse universo tão distinto, há muita gente de bem e com intenção de realmente produzir o bem-estar e buscar soluções para problemas crônicos da nossa sociedade.

A transformação da política num ambiente de interesses de grupos e setores, acabou relegando o Brasil ao obscurantismo em áreas vitais para o nosso desenvolvimento e para a efetiva melhoria da vida dos brasileiros.

Pouco se fala, por exemplo, em educação como princípio basilar para a construção de uma sociedade mais avançada, onde as oportunidades sejam reais e que transformem mesmo, a vida da população. Principalmente dos menos favorecidos. Fico nesse exemplo apenas para registrar a distorção e a inversão de valores que permeiam a atividade pública quando, na verdade, todas essas questões vitais, deveriam estar na pauta prioritária das nossas instancias políticas.

O descredito dos políticos e a desesperança de parte da sociedade têm aumentado nos últimos tempos, e são reflexo da forma como a maioria dos homens públicos conduzem as suas trajetórias.

Na verdade, tudo se transformou num grande jogo em que a retórica tem mais força e impacto do que o comprometimento com questões estruturais e fundamentais para colocar o país num caminho em que todos, sem exceção, possam sonhar e vislumbrar o que tanto a política e seus agentes pregam: trilhar o desenvolvimento e nos colocar como uma nação verdadeiramente mais justa socialmente, com mais progresso, mais oportunidades e menos desigualdades.

Portanto, diferente das máximas apregoadas, o “jogo” da política não é para empate, nem muito menos a política é para profissionais. Precisamos, com a nossa consciência de cidadãos, virar esse placar e provar que, definitivamente, em se falando de política, esse jogo não é um a um.

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