Decreto de Bolsonaro perdoando deputado que atacou STF divide bancada potiguar
Natal, RN 25 de abr 2024

Decreto de Bolsonaro perdoando deputado que atacou STF divide bancada potiguar

22 de abril de 2022
3min
Decreto de Bolsonaro perdoando deputado que atacou STF divide bancada potiguar

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O presidente Jair Bolsonaro assinou nesta quinta-feira, 21, um decreto indultando o deputado federal Daniel Silveira (PTB-RJ), que foi condenado na quarta-feira, 20, pelo Supremo Tribunal Federal a oito anos e nove meses de prisão pelos crimes de ataque a ministros do STF, tentativa de impedir o livre exercício dos Poderes e coação no andamento do processo. O anúncio do indulto foi feito pelo presidente na sua live nas redes sociais e decreto, ainda questionado por juristas, foi publicado logo após a transmissão, em edição extra do Diário Oficial da União.

A decisão de Bolsonaro provocou reações de políticos em todo o Brasil. Alguns parlamentares potiguares se posicionaram sobre a polêmica e arriscada decisão do presidente, que há anos cria ambiente de tensão com o Supremo.

A deputada federal Natália Bonavides (PT) criticou duramente Bolsonaro em suas redes sociais: "O chefão da quadrilha que faz de tudo para salvar os filhotes delinquentes, agora avança no golpismo e anula a prisão de um dos seus capangas que atentou contra a democracia. É isso, ou derrotamos o bolsonarismo agora, ou não restará mais nada desse país".

"Para os problemas reais do país (pessoas passando fome, catando osso no lixo, pessoas morrendo sem ar pelo covid), o presidente só dedica deboche. Já para proteger um delinquente Bolsonaro não perde tempo. Derrotaremos esses criminosos nas urnas e nas ruas", finalizou a deputada petista.

Já o senador Jean Paul Prates (PT), afirmou que "governos autoritários alimentam sempre o germe da corrupção. Bolsonaro acha que pode tudo enquanto estiver no cargo que ocupa, mas há limites", escreveu".

O deputado federal Walter Alves (MDB) não citou diretamente o caso Daniel Silveira, mas em sua única postagem da quinta para a sexta, colocou vídeo de Ulysses Guimarães condenando a ditadura militar e celebrando a constituição e o STF.

Do espectro progressista, a senadora Zenaide Maia (PROS) e o deputado Rafael Motta não se manifestaram sobre o assunto.

BOLSONARISTAS

Mas também houve defesa da ação de Bolsonaro. O deputado federal General Eliéser Girão (PL) apontou em sua conta do Twitter que "estamos vivenciando tempos hostis à democracia. Um processo injusto, uma condenação absurda e uma pena mais absurda ainda. Não foi só o Dep. Daniel Silveira que recebeu esse veredito punitivo. Todo o Congresso está diante de um precedente nocivo e cerceador".

Já a deputada federal Carla Dickson escolheu o caminho da adulação explícita: "Parabéns, meu presidente Jair Bolsonaro, pelo perdão concedido ao colega deputado federal Daniel Silveira, condenado pelo STF. Junto-me à sociedade com profunda indignação por essa condenação tão injusta. O Congresso é um poder independente e não pode ser violado!", escreveu.

O deputado federal João Maia, presidente estadual do PL, partido de Bolsonaro, não se pronunciou nas redes sobre o caso. Os bolsonaristas Beto Rosado (Progressistas) e Benes Leocádio também não. O senador Styvenson Valentim também não abordou o assunto.

AÇÕES NO STF

Daniel Silveira foi condenado pelo Supremo Tribunal Federal no âmbito da Ação Penal nº 1.044 à pena de oito anos e nove meses de reclusão em regime inicial fechado. A Rede Sustentabilidade e o senador Renan Calheiros (MDB-AL) ingressaram nesta sexta-feira (22) com ações no Supremo Tribunal Federal (STF) pedindo a suspensão do decreto do presidente Jair Bolsonaro que concedeu perdão ao deputado bolsonarista Daniel Silveira (PTB-RJ). A Rede recorreu nesta sexta diretamente ao ministro Alexandre de Moraes, relator da ação que levou à condenação de Silveira. Em uma questão de ordem, o partido também pede ao ministro a suspensão do perdão ao deputado. A OAB nacional estuda o caso e também pode entrar com ação do STF.

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