Fátima e Natália reagem a agressão e deboche de Eduardo Bolsonaro contra Miriam Leitão, torturada grávida com uma jiboia durante ditadura militar

Causou indignação e espanto postagem do deputado federal Eduardo Bolsonaro (União) na sua conta do Twiiter, quando no domingo, 3, ao criticar uma opinião da jornalista Miriam Leitão, ele debochou da tortura sofrida por Miriam durante a ditadura militar. Após a jornalista ter publicado em sua coluna no jornal O Globo que "o presidente Jair Bolsonaro é inimigo declarado da democracia", Eduardo repostou e escreveu: “ainda com pena da cobra”. Ele fez referência ao fato de que 1972, quando foi presa, a jornalista, que estava grávida, foi torturada pelos militares, que deixaram a jornalista nua num local escuro com uma jiboia.

Imediatamente diversas autoridades e políticos em todo o país criticaram veementemente a agressão de Eduardo Bolsonaro. No Rio Grande do Norte, a governadora Fátima Bezerra se posicionou em suas redes sociais: "Minha solidariedade a Miriam Leitão. É inadmissível o deboche com quem foi vítima de tortura. Quem comete crime de apologia a ditadura deve ser banido da vida pública. Força, Miriam! Você não está só! Sigamos firmes na luta por justiça e respeito".

Em suas redes, a deputada federal potiguar Natália Bonavides também reagiu: "a Câmara dos Deputados não pode aceitar que um deputado deboche dos crimes da ditadura. A solidariedade a Miriam Leitão, torturada aos 19 anos e grávida, precisa ser a punição de Eduardo Bolsonaro. Apresentaremos denúncia ao conselho de ética".

"Não adianta Bolsonaro e seus filhotes usarem suas canalhices para debochar de tortura e mudar o foco das manchetes. O Brasil sabe que esse governo está afundado em corrupção e afundando o país. Propina na vacina, negociata em ouro no MEC e agora ônibus superfaturado. Criminosos!", acrescentou a parlamentar.

O ex-presidente e pré-candidato á presidência Luís Inácio Lula da Silva (PT) também se posicionou: "Minha solidariedade à jornalista Miriam Leitão, vítima de ataques daqueles que defendem o indefensável: as torturas e os assassinatos praticados pela ditadura. Seres humanos não precisam concordar entre si, mas comemorar o sofrimento alheio é perder de vez a humanidade", escreveu no Twitter.

CASSAÇÃO?

Assim como Natália, diversos parlamentares pretendem apresentar denúncia contra Eduardo por quebra de decoro e a partir do conselho de ética pedir a cassação de seu mandato. O filho de Bolsonaro é conhecido pela agressividade verbal nas suas redes sociais.