Para onde caminhas, PT?
Natal, RN 24 de abr 2024

Para onde caminhas, PT?

7 de abril de 2022
4min
Para onde caminhas, PT?

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Nos últimos 8 anos o PIB do RN foi rigorosamente o mesmo, em termos de BraZil, ou seja, o tamanho da nossa economia, que é de 1,0% do PIB nacional, é rigorosamente o mesmo há quase uma década. Ocorre que esse tamanho não tem se alterado há décadas. Isso é fato.

A variação de 1,2% do PIB em 2021, só superior, no Nordeste, ao da Paraíba, que foi de 1,0%. Em 2020, primeiro ano da pandemia, o PIB do RN recuou 3,4%, acompanhando, na verdade, a brusca queda da economia brasileira. Eu me reservo o direito de não analisar projeções de consultorias, visto que estamos em abril e podem ocorrer muitas coisas, inclusive nada.

Alguns desavisados chegam a dar ênfase no fato de o PIB real (descontada a inflação) do RN sobe acima do PIB brasileiro, pois como não há mudança na sua participação, revela-se que a estrutura econômica potiguar é, no mínimo, raquítica.

Obviamente que os fariseus comemoram essa fraqueza da economia potiguar, imputando os três anos de governo de Fátima Bezerra, como responsável dos resultados pífios do nosso PIB. Na verdade a responsabilidade dessa nossa “economia de tartaruga” se deve, única e exclusivamente, por termos uma elite patética, ignorante e venal, sempre pronta a aparelhar a estrutura pública em prol dos seus interesses, nem sempre homogêneos.

Chega a ser patético representantes dessa elite, boa parte delas instaladas na FIERN e no seu inútil “Motores do Desenvolvimento”, elejam a atual governadora como responsável por nossas agruras, lembrando que no início da década de 70, portanto há SESSENTA E DOIS ANOS ATRÁS, começaram as tentativas de industrializar nosso estado, mas que, décadas depois, continuamos presos num limbo, posto que todas as tentativas posteriores de impulsionar a economia e modernizá-la, se esgotaram rapidamente, até porque essas elites nunca tiveram qualquer tipo de projeto de médio ou longo prazo. É tudo no gogó.

A rigidez da nossa estrutura econômica, que mantém os serviços da administração pública como um dos mais relevantes (29,3% do PIB RN), bem distante do setor industrial (19,1% do PIB RN), da nossa riqueza, é fruto da nossa formação histórica e, portanto, é delírio imaginar que um governo minimamente progressista, como é o de Fátima, mude essa tendência.

Não considerar que Fátima recebeu um estado falido e no seu segundo ano de governo teve de se defrontar com uma devastadora pandemia e que, por conseguinte, além de ser gestora de uma massa falida, passou a administrar o caos sanitário, é ser desonesto nas suas análises. O velho chavão “o governo não fez nada” pulula nas redes sociais que vivem às custas dessa elite e fazem parte da caterva xexelenta, já inunda essas redes, com as mais desprezíveis acusações feitas sob a falsa perspectiva jornalística.

Para qualquer pessoa de bom senso e intelectualmente honesta, analisar esse governo, que começou em 2019, deve necessariamente olhá-lo como um governo de recuperação econômica e quando falamos de recuperação econômica, significa por a casa em dia, dar base estrutural para o setor público poder dar um passo adiante. É necessário manter esse governo para que ele comece, de forma efetiva, a fazer a gestão econômica olhando para a frente e para o início de uma discussão profunda sobre o futuro do nosso estado.

Por isso manter um governo progressista para a próxima década é fundamental para tentarmos tirar o RN do passado e isso passa pela forma de como vamos fazer a gestão política das atividades econômicas. Fátima precisa continuar? Para mim é fundamental, mas como o mundo não acabará, creio eu, em 2026, portanto é preciso ter ciência de que recolocar a gestão do estado nas mãos das velhas raposas conservadoras, representará um retrocesso histórico e nos manterá na periferia da economia nordestina e brasileira. E voltaremos a ser governado por grupos de interesse que olham o Estado como uma colcha de retalhos e, por conseguinte, dividida em esferas de interesses dessa corja.

As escolhas que a conjuntura política pode impor, trazem consigo o passado, erroneamente colocada como uma perspectiva de futuro. Esse passado que teima em assombrar as terras potiguares, como um fantasma que assombra nossa vontade de crescer, pode estar dentro da sacola de uma escolha política que coloca a venda nos olhos e aposta na sorte, mas sorte na política não existe.

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