Rogério Marinho assume liderança no ranking de pré-candidato queridinho de Bolsonaro
O ex-ministro Rogério Marinho (PL-RN) assume a liderança na preferência do presidente Jair Bolsonaro. Nos últimos 30 dias, de acordo com dados da Bites Consultoria, o pré-candidato a uma vaga de senado teve 67 menções de Bolsonaro nas redes sociais. Os demais ex-ministros, Tarcísio de Freitas (Republicanos), na disputa pelo governo de São Paulo, e Tereza Cristina (PP-MS), que tentará o Senado, aparecem com 44 e 15 menções, respectivamente.
O levantamento da Consultoria Bites foi publicado nesta terça-feira (26) na Coluna do Estadão e ocorre no período em que o ex-ministro foi bombardeado com denúncias sobre a gestão da Codevasf, a Companhia de Desenvolvimento dos Vales do São Francisco e do Parnaíba, vinculada ao Ministério do Desenvolvimento Regional (MDR).
Segundo uma sequência de reportagens publicadas pelo jornal Folha de São Paulo, agora no mês de abril, a empresa sob o comando de Rogério Marinho afrouxou as licitações para realização de obras, ampliou o número de contratos e expandiu seu foco de atuação sem qualquer planejamento ou controle de gastos. No Governo Bolsonaro a Codevasp é uma das áreas do governo que mais receberam recursos das emendas parlamentares que deram início ao escândalo chamado de "tratoraço", que envolvia diretamente Rogério Marinho.
Preferência de Bolsonaro por Rogério é mais antigo
Antes de se afastar do governo Bolsonaro para assumir a pré-candidatura, Rogério Marinho já vinha sendo um dos mais citados pelo presidente nas redes. Em fevereiro, o fato de ser queridinho de Bolsonaro foi noticiado pelo jornal O Globo. Catapultado pela série de inaugurações de obras da transposição do Rio São Francisco, o ministro do Desenvolvimento Regional, Rogério Marinho, foi alçado ao topo da lista de menções no Twitter do titular do Palácio do Planalto.
Era o plano dos dois para afirmarem os nomes na obra que já estava quase que totalmente concluída quando assumiram o governo. E, no caso do RN, a inauguração foi apenas para cumprir a agenda, já que a água do Rio São Francisco não chegou para a inauguração (A Agência Saiba Mais mostrou isso aqui)
No começo do ano, o levantamento da Arquimedes, feito para O GLOBO, levou em consideração 11 ministros que estavam mais contatos a deixar os cargos para se candidatar. Marinho já aparecia com 24 citações do chefe, à frente até de Tarcísio Gomes de Freitas (Infraestrutura), com 18 referências. Nesse mesmo período, o outro ministro do RN, Fábio Faria, aparece com apenas três citações de Bolsonaro.
O perfil oficial de Bolsonaro no Twitter tem cerca de 7,6 milhões de seguidores e costuma ser usada para divulgar as entregas do governo federal e de seus ministérios.
Rogério Marinho está em decadência eleitoral no RN
As eleições de 2022 são muito importantes para a sobrevivência política de Rogério Marinho, pois ele tem um capital eleitoral em queda nos últimos anos. Após viabilizar a Reforma Trabalhista - que tirou direitos históricos de praticamente todos os trabalhadores do País - Rogério Marinho não conseguiu se reeleger deputado. Ele obteve 59.961 votos, mesmo sendo o 2º candidato que mais gastou na campanha, de acordo com dados oficiais do TSE.
Foi ministro porque foi puxado pelo ministro Paulo Guedes para a equipe econômica, criou relações com o grupo familiar do Presidente e se desvinculou de Guedes – que fez críticas severas à postura ética do ministro potiguar.
Nas pesquisas eleitorais recentes, feitas no RN, Rogério Marinho aparece com até 70% de rejeição. E o seu cabo eleitoral nacional - o Presidente Bolsonaro - teve apenas 36% dos votos nas eleições de 2018 e vencendo em apenas três dos 167 municípios do RN.