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Fábio Faria defende cantor sertanejo que ganha de dinheiro público R$ 1 milhão por show
31 de maio de 2022
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O ministro das Comunicações, Fábio Faria (PL) defendeu na rede social Twitter o cantor sertanejo Gusttavo Lima, que publicou vídeo com desabafo e choro ao se defender de críticas e acusações pelo fato de receber cachês entre R$ 800 mil e R$ 1,2 milhão para fazer shows em municípios de pequeno porte. "Você não precisa explicar nada a ninguém, você cobra o que vale e quem fala mal é porque tem inveja", escreveu o deputado licenciado, filho do ex-governador do RN, Robinson Faria (PL).
A defesa de Fábio Faria chamou a atenção por ter sido uma das poucas feitas por políticos bolsonaristas ou do Governo. Do primeiro escalão, apenas o senador Flávio Bolsonaro (PL), filho do presidente Jair Bolsonaro (PL), se posicionou em prol do cantor. Flávio escreveu para Gusttavo "ficar firme" e que "Deus proverá": "Você é um cara do bem", comentou na postagem do artista.
No vídeo publicado nas suas redes sociais, o cantor registrou que está "levando muitas pancadas" nos últimos dias e garantiu que todos os seus shows foram contratados pelos valores normalmente cobrados por ele. Na última quarta-feira, o Ministério Público de Roraima abriu investigação para apurar contratação de show de Gusttavo por R$ 800 mil na pequena cidade de São Luiz, distante 276 km da capital Boa Vista. Em seguida veio a público que a prefeitura de Magé (RJ) contratou o sertanejo na quarta-feira, 25, para apresentação no aniversário de 457 anos da cidade, em 8 de junho, pelo valor de R$ 1 milhão. Em Conceição do Mato Dentro (GO), o cachê cobrado pelo artista foi de R$1,2 milhão. Os valores são considerados altos mesmo para show de grande porte e os MPs estaduais questionam a contratação de tais shows por cidades com pouca população e orçamento pequeno.
A investigação e atenção da mídia sobre cachês de cantores sertanejos para apresentações em cidades pequenas começou após o cantor Zé Neto criticar em um show e depois nas redes sociais a cantora Anitta e a Lei Rouanet, que beneficia produções artísticas através de isenção fiscal. A cantora e empresária reagiu aos ataques em suas redes sociais questionando os cachês recebidos por muitos cantores sertanejos, que não se valiam da Lei Rouanet, cujos recursos são repassados após rigorosa avaliação e com prestação de contas, mas recebem repasses sem qualquer processo licitatório ou avaliação direto das prefeituras.