Prédio na Ribeira onde funcionou Faculdade de Direito da UFRN tem recursos para reforma assegurados
Natal, RN 25 de abr 2024

Prédio na Ribeira onde funcionou Faculdade de Direito da UFRN tem recursos para reforma assegurados

10 de maio de 2022
Prédio na Ribeira onde funcionou Faculdade de Direito da UFRN tem recursos para reforma assegurados

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A Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN) divulgou que terá R$ 5 milhões para reformar o prédio do Grupo Escolar Augusto Severo, antiga Faculdade de Direito. Há anos abandonado, o espaço foi ocupado em 30 de outubro de 2020 por um grupo do Movimento de Lutas nos Bairros, Vilas e Favelas (MLB/RN), despejado por ordem judicial em março de 2021 porque o imóvel oferecia riscos às pessoas.

Com o objetivo de discutir apoio financeiro para a obra, o reitor da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN), José Daniel Diniz Melo, teve reunião nesta terça-feira (10), em Brasília-DF, com o secretário de Educação Superior (SESu) do Ministério da Educação (MEC), Wagner Vilas Boas de Souza, e com a coordenadora-geral de Planejamento e Orçamento das Instituições Federais de Educação Superior (IFES), Ana Marta Godinho dos Anjos, em Brasília-DF.

O secretário Wagner Vilas Boas garantiu que os recursos serão liberados pelo MEC e que a UFRN pode iniciar os trâmites licitatórios para a obra.

Destacando a importância histórica do prédio, o reitor apresentou o projeto que visa a implantação do Centro de Extensão, Cidadania e Cultura da UFRN (CECC-UFRN). A iniciativa pretende contribuir para a formação técnica e cidadã da população e para a sua inserção no mundo do trabalho; promover conhecimento sobre a história da educação, do direito e do valor patrimonial do edifício; ampliar o acesso da população às artes e à cultura, além de contribuir para a revitalização do Centro Histórico de Natal.

Histórico do prédio

Localizado no bairro da Ribeira, o prédio do Grupo Escolar Augusto Severo é, desde 2010, tombado pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) e está inserido no Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) Cidades Históricas. Dessa forma, a UFRN desenvolveu projetos para o restauro e os recursos recebidos foram destinados à elaboração de outra parte dos projetos, os quais já foram concluídos e aprovados pelo Iphan. Enquanto aguardava a disponibilidade orçamentária, a UFRN manteve o serviço de vigilância no local, para preservar o patrimônio, e realizou reuniões com órgãos no intuito de agilizar a obra de restauração.

Integrante do conjunto arquitetônico, urbanístico e paisagístico de Natal, o prédio do Grupo Escolar Augusto Severo foi inaugurado em 1908, sendo o primeiro estabelecimento do gênero do estado para práticas de ensino infantil. Em torno de 1914, o prédio passou por sua primeira ampliação e iniciou-se um novo período de protagonismo para o edifício, com a instalação de outro estabelecimento de ensino também pioneiro no estado: a primeira Faculdade de Direito do RN.

Como os espaços não eram suficientes para atender às demandas, entre 1957 e 1960, foram realizadas reformas e construído um novo pavilhão, com dois pavimentos (térreo e primeiro andar). De estilo modernista, essa nova edificação também se alinhava à vanguarda arquitetônica e artística da época, como tinha ocorrido com o prédio eclético do início do século.

Após a Constituição da UFRN, em 1960, a propriedade do Grupo Escolar Augusto Severo foi transferida para o Patrimônio da União. Em 1973, a Faculdade de Direito foi transferida do prédio da Ribeira para o Campus Universitário da UFRN, com nova estrutura criada para abrigar as diferentes unidades acadêmicas da instituição. Na sequência, o prédio foi utilizado para acomodar repartições públicas, com períodos de desocupação.

Em 30 de outubro de 2020, chegou ao local o Movimento de Luta nos Bairros, Vilas e Favelas (MLB), com a Ocupação Emmanuel Bezerra. Cerca de 40 famílias passaram a viver no prédio.
A Universidade entrou na Justiça com pedido de reintegração de posse sob o argumento do risco de desabamento da estrutura.

A Prefeitura de Natal só entrou nas negociações extrajudiciais em 14 de janeiro de 2021. Durante essas tratativas, ofereceu um terreno na zona norte da capital, vizinho ao Hospital Santa Catarina; uma escola; mas, em março de 2021, acabou encaminhando as famílias para um galpão também no bairro Ribeira, onde permanecem até hoje.

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