A Secretaria de Estado de Saúde Pública (Sesap) do Rio Grande do Norte notificou em Mossoró um caso em investigação da hepatite aguda de origem ainda desconhecida em criança, com características semelhantes aos relatados em diversos locais do mundo.
A situação é acompanhada pelo Centro de Informações Estratégicas e Resposta em Vigilância em Saúde da Sesap.
“É importante reforçar junto à população a importância de estar atenta aos sinais como: sintomas gastrointestinais, como dor abdominal, diarreia, vômitos e icterícia (quando a pele e a parte branca dos olhos ficam amareladas). Quando forem identificados tais sintomas, procurar imediatamente assistência médica”, alerta nota publicada nesta segunda-feira (23).
De acordo com o infectologista e diretor do Hospital Giselda Trigueiro, André Prudente, também são sintomas da hepatite: febre, urina escura e fezes claras.
“A hepatite é toda inflamação, que pode ocorrer por bactérias, fungos, drogas ilícitas, substâncias químicas e as mais conhecidas são pelos vírus A, B e C”, explica o médico, apontando que a doença que está preocupando o mundo não é causada por nenhum dos vírus conhecidos, que incluem também D e E.
A gravidade, a causa desconhecida e o surto global ganham atenção dos cientistas. A Sesap também ressaltou no comunicado que é necessária a manutenção da tranquilidade, das medidas de prevenção e higiene, assim como a atenção permanente com os sinais da doença. As autoridades de saúde também descartam qualquer relação da doença com a vacinação contra a covid, evitando boatos a respeito do tema.
Até esta segunda-feira (23), o Brasil monitorava 63 casos da hepatite misteriosa. Em todo o mundo, foram registradas pelo menos 16 mortes decorrentes da inflamação do fígado: uma na Irlanda; seis na Indonésia; uma no México e uma na Palestina, além das seis nos EUA, segundo o Centro Europeu de Prevenção e Controle de Doenças (ECDC).
De acordo com a última atualização do ECDC, já foram identificados mais de 614 casos em cerca de 30 países desde o início de abril, e dados mostram que aproximadamente 10% dos infectados precisaram de um transplante de fígado. No Brasil, o Ministério da Saúde informou que monitora 64 diagnósticos, sem nenhum óbito.
Vídeo divulgado pela Sesap em que o médico André Prudente fala sobre a hepatite:
