Antes de desistir de eleição em 2022, Rosalba foi preterida, assistiu derrotas e perdeu reeleição em Mossoró
Natal, RN 20 de abr 2024

Antes de desistir de eleição em 2022, Rosalba foi preterida, assistiu derrotas e perdeu reeleição em Mossoró

28 de julho de 2022
4min
Antes de desistir de eleição em 2022, Rosalba foi preterida, assistiu derrotas e perdeu reeleição em Mossoró

Ajude o Portal Saiba Mais a continuar produzindo jornalismo independente! Apoie com qualquer valor e faça parte dessa iniciativa.

Quero Apoiar

O partido Progressistas realizou sua convenção partidária neste final de semana, onde homologou os candidatos da sigla para a disputa de 2022 no Rio Grande do Norte. Uma ausência sentida, mas já esperada, foi o da ex-prefeita de Mossoró, Rosalba Ciarlini. A decisão oficial de não se lançar em disputa neste ano veio após meses de especulações, e culminou com um calvário vivido por sua família  — e por ela própria — nos últimos pleitos.

A família Rosado, com presença política importante em Mossoró-RN, é dividida em vários ramos. Rosalba é próxima do mesmo grupo político do deputado federal Beto Rosado (PP) e do seu pai, o ex-deputado Betinho Rosado.

Um dos baques que indicou o começo do declínio do rosalbismo foi a proibição para que Rosalba disputasse a reeleição para o Governo do RN em 2014. Com alta rejeição e envolvida em escândalos, como o que deu origem à CPI da Arena das Dunas, a mossoroense perdeu fôlego no próprio partido.

Mesmo sob alto risco de derrota, sua intenção era de disputar mais uma vez a eleição em 2014. Entretanto, seu partido à época, o Democratas, realizou conferência eleitoral em que negou o direito de legenda a Rosalba. Assim, ela ficou sem partido para concorrer.

Na época, Rosalba afirmou que estava “tranquila” e “serena”, e queria colocar seu nome à prova da população. “Fiz um governo sem escândalos, usei o dinheiro público para ajudar o Rio Grande do Norte e esperava poder mostrar o que fiz e deixar os potiguares me julgarem", alegou.

Dois anos depois, a ex-senadora e ex-governadora se voltou para seu recanto político principal: Mossoró. Eleita três vezes para comandar a segunda maior cidade do Estado (1988, 1996 e 2000), Rosalba possuía um recall eleitoral positivo, a despeito da rejeição que sofrera no Governo do Rio Grande do Norte. Assim, conseguiu ser eleita sem problemas para um quarto mandato.

Já em 2018, seu grupo político assistiu a derrota de Beto Rosado para a Câmara Federal. Com 71.092 votos, ele inicialmente ficou de fora da cadeira que havia ganhado quatro anos antes. Mesmo com a máquina da Prefeitura de Mossoró a seu favor, só foi alçado à reeleição após um imbróglio jurídico que envolveu a votação de Kéricles Alves, o “Kerinho”. 

Ex-vereador de São José de Mipibu, Kerinho ganhou notoriedade na eleição de 2018, quando concorreu de maneira irregular pelo PDT e foi pivô de disputa da vaga de deputado entre Beto e o petista Fernando Mineiro.

Sem os votos de Kerinho, que compunha a mesma coligação de Beto, o sobrinho de Rosalba não conseguiu prorrogar o mandato e ficou na primeira suplência da coligação. Na distribuição dos votos, o cargo de deputado sobrou para o petista Fernando Mineiro, numa coligação que havia registrado mais votos. 

A disputa descambou para o terreno do Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Com isso, Kerinho teve seus votos registrados e a coligação do pepista superou o número de votos da coligação do PT, tirando o cargo de Mineiro e levando para Beto. 

A decisão deu uma sobrevida ao rosalbismo, que conseguiu se manter com dois cargos para chamar de seus. Mas, dois anos depois, em 2020, Rosalba foi novamente surpreendida. Antes tida como imbatível, a nostalgia que a fizera ser eleita como prefeita de Mossoró havia passado. Mergulhada mais uma vez em rejeição, viu o “menino” Allyson Bezerra despontar e faturar a Prefeitura.

Com isso, após a eleição municipal, deixou o Palácio da Resistência e voltou suas atividades para a medicina pediátrica, profissão que exerce hoje. Se até 2018 ela era cortejada por diversos candidatos ao Executivo, mergulhou numa maré negativa Para não dividir e quebrar ainda mais os votos de um grupo político enfraquecido, não tentou nem sequer a se candidatar para deputada estadual, um cargo de menor valor, considerando todos os cargos que exerceu anteriormente. Hoje filiada ao Progressistas, o grupo colocará suas forças para a reeleição de Beto.

As mais quentes do dia

Apoiar Saiba Mais

Pra quem deseja ajudar a fortalecer o debate público

QR Code

Ajude-nos a continuar produzindo jornalismo independente! Apoie com qualquer valor e faça parte dessa iniciativa.

Quero Apoiar

Este site utiliza cookies e solicita seus dados pessoais para melhorar sua experiência de navegação.