Após violência policial, MLB-RN tem reunião com Secretaria de Segurança e governadora se solidariza em chamada de vídeo
Natal, RN 23 de abr 2024

Após violência policial, MLB-RN tem reunião com Secretaria de Segurança e governadora se solidariza em chamada de vídeo

6 de julho de 2022
4min
Após violência policial, MLB-RN tem reunião com Secretaria de Segurança e governadora se solidariza em chamada de vídeo

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Depois de relatos de violência física e ameaças de policiais, moradores da Ocupação Emmanuel Bezerra, no bairro Ribeira, em Natal, acamparam, na manhã desta quarta-feira (6), na porta da Governadoria do Rio Grande do Norte para denunciar o fato. Com fogão e feijão para o almoço, o grupo do Movimento de Luta nos Bairros, Vilas e Favelas (MLB) estava pronto para esperar quanto tempo fosse necessário.

Logo, a Secretaria de Estado da Segurança Pública e da Defesa Social (Sesed) convocou uma comissão. O encontro foi realizado a portas fechadas e com chamada de vídeo feita pelo titular da pasta, Coronel Araújo, para a governadora, Fátima Bezerra, que cumpria agenda no município de Mossoró.

De acordo com o coordenador geral do MLB/RN, Marcos Antônio, a gestora se solidarizou, disse que o episódio era inadmissível e cobrou providências. Os gestores presentes na reunião também reafirmaram o que foi dito em nota nesta manhã pelo Comando Geral da Polícia Militar do Rio Grande do Norte (PMRN) – “que não compactua com nenhum desvio de conduta de seus integrantes”. Também foi pedido que o MLB buscasse denúncia formal na Corregedoria. Boletim de Ocorrência e corpo de delito em que foram constatados hematomas já haviam sido feitos.

“A gente conseguiu cumprir o nosso papel hoje: fazer a denúncia de que a polícia quando vai na periferia tem o propósito de humilhar e matar. Eles não disseram que isso não vai acontecer de novo, porque não conseguem controlar todos os policiais, mas ficou o sentimento de que vão tentar impedir esse tipo de ação”, contou Marcos Antônio.

De acordo com o movimento de luta por moradia, a Secretaria recebeu informações de que os policiais da ação truculenta são da Zona Norte e não avisaram ao 1º Batalhão, responsável pela Zona Leste, que estariam no território para ocorrência de um carro roubado.

“A gente acredita que não é verdade o que esses policiais estão dizendo. Foi abuso de poder. Eles vieram sem motivo aparente, entraram na ocupação sem mandado de busca e apreensão. O companheiro que foi mais agredido está usando tornozeleira, mas mora na ocupação desde o primeiro dia, trabalha de motorista em uma vidraçaria. O processo dele é de 2006 e foi 'tornozelado' porque deixou de ir lá assinar. Como não tinham como provar que era a gente, bateram, quebraram celular de quem tentou gravar e disseram que davam um tiro ‘nos peito’ de quem publicasse alguma coisa. A gente não sabe o dia de amanhã, a insegurança que a gente vive”, contou Marcos, que ponderou ao destacar que os agentes de segurança da região já conhecem a ocupação e não praticam tais ilegalidades.

“O 1º Batalhão sabe que a gente não quer impedir que a Polícia Militar faça o trabalho dela. Se precisar entrar, a gente vai abrir os portões. Caso a gente veja que é uma ação fora do normal, eles precisam ter mandado de busca e apreensão. Apesar de leigos, minimamente a gente tem que conhecer nossos direitos”, desabafou.

Na reunião havia representações do Comando Geral do Polícia Militar; Ouvidoria da Defesa Civil; Secretaria de Estado das Mulheres, da Juventude, da Igualdade Racial e dos Direitos Humanos (Semjidh); Secretaria de Estado do Trabalho, da Habitação e da Assistência Social (Sethas); Defesa Civil, que tem acompanhado a Ocupação Emannuel Bezerra devido às chuvas que prejudicaram a estrutura do local; e os mandatos da deputado estadual Isolada Dantas e da deputada federal Natália Bonavides, ambas do PT.

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