De passagem pelo Rio Grande do Norte neste fim de semana, o presidente da República Jair Bolsonaro (PL) cancelou os compromissos administrativos programados na agenda oficial, mas manteve os encontros de cunho religioso. Inicialmente, o presidente faria um sobrevoo pelas áreas alagadas pela chuva no estado, mas a atividade foi substituída por dois encontros com representantes de igrejas evangélicas. Nas últimas 48 horas, a programação foi novamente alterada para incluir uma reunião com representantes, também, da igreja católica.

O Rio Grande do Norte teve mais de duas mil pessoas desalojadas, além de 1.556 desabrigadas e 82.299 afetadas pelas chuvas mais intensas que caíram no estado desde o início do mês. Nos primeiros onze dias de julho, 130 municípios atingiram volumes de chuva de normal a acima do normal, que eram esperadas para o mês inteiro.

O presidente da República vem ao estado para tentar emplacar a candidatura de seu ex-ministro do Desenvolvimento Regional, o potiguar Rogério Marinho (PL), ao senado federal. Em um cartaz divulgado em suas redes sociais, Marinho chama o evento de "marcha para Jesus" e traz seu nome como pré-candidato. Para quem esqueceu, Marinho foi o relator da Reforma Trabalhista quando era deputado federal. A lei alterou mais de 100 artigos da CLT (Consolidação das Leis Trabalhistas), a maioria criados ainda na era Vargas.

Por esse trabalho, o ex-tucano recebeu apoio de empresários para financiar a campanha de reeleição da qual saiu derrotado. Marinho foi apenas o 12º candidato mais votado, ficando apenas na segunda suplência, apesar de ter realizado a segunda campanha mais cara entre todos os concorrentes, com gastos declarados de R$ 1,8 milhão. Na época, Marinho admitiu que a “reforma trabalhista” havia sido o fato principal para a derrota eleitoral.

Rogério Marinho também foi o responsável por articular a aprovação da reforma da Previdência, quando ocupou o cargo de secretário especial do Trabalho e da Previdência à convite de Bolsonaro, depois de perder as eleições no Rio Grande do Norte.

Bolsonaro faz 6ª visita ao RN

Essa será a sexta visita de Bolsonaro ao Rio Grande do Norte desde que se tornou presidente. Em sua 1ª passagem pelo estado, em agosto de 2020, ele esteve em Mossoró, para a inauguração de casas populares, e em Ipanguaçu, para a cerimônia de ampliação do sistema de abastecimento de água.

Já em junho de 2021, Bolsonaro visitou obras da barragem de Oiticica, no município de Jucurutu. Em sua 3ª passagem pelo RN, em fevereiro deste ano, o presidente concluiu a cerimônia de inauguração das obras do Rio São Francisco, no município de Jucurutu, sem que o público visse uma única gota de água sair da mangueira segurada por ele e pelo então ministro Rogério Marinho.

Bolsonaro retornou ao RN pela 4ª vez em março de 2022, para a inauguração de uma estação ferroviária em Parnamirim, na região metropolitana de Natal, e retornou em junho, pela 5ª vez, para lançar o programa Internet Brasil e fazer a entrega de títulos fundiários.

1ª visita: agosto de 2020

Esteve em Mossoró para a inauguração de casas populares e em Ipanguaçu para a cerimônia de ampliação do sistema de abastecimento de água.

2ª visita: 24 junho de 2021

Visitou obras da barragem de Oiticica, no município de Jucurutu

3ª visita: 09 fevereiro de 2022

A inauguração das obras do Rio São Francisco no Rio Grande do Norte, na cidade de Jucurutu, foi encerrada sem que fosse vista uma gota de água sair da mangueira segurada pelo presidente Jair Bolsonaro (PL) e pelo ministro do Desenvolvimento Regional, o potiguar Rogério Marinho.

4ª visita: 30 de março de 2022

Inauguração de estação ferroviária em Parnamirim, na região metropolitana de Natal. A estação de Veículo Leve sobre Trilhos (VLT) Cajupiranga, integra a Linha Branca da Companhia Brasileira de Trens Urbanos (CBTU) e a conclusão das obras do Trecho I da linha da região.

5ª visita: 17 de junho de 2022

Desembarca em Natal logo depois de anúncio da Petrobras de aumento de 20 centavos no preço da gasolina e do diesel, e sai em motociata. Em seguida, lançou o programa Internet Brasil, que prevê a entrega de chips com acesso à internet para estudantes da rede pública de ensino, e fez entrega de títulos fundiários.