Com antigos adversários no palanque, Fátima repete Lula, defende ampla aliança e pede que eleitores mantenham os “pés no chão”
A governadora do Rio Grande do Norte Fátima Bezerra (PT) distribuiu sorrisos, dançou forró, fez o gesto do coração com as mãos, defendeu aliança com antigos adversários, criticou a oposição e pregou humildade para vencer a disputa à reeleição em que todas as pesquisas de intenção de voto a apontam como favorita.
Fátima foi uma anfitriã à altura da Convenção do PT que marcou o lançamento oficial da campanha à reeleição dela ao Governo do Estado. Começou saudando em nome de todos o ex-presidente Lula, tratou com carinho fiéis apoiadores e com muito respeito antigos e novos aliados, entre eles expoentes do MDB, de Garibaldi e Walter Alves, confirmado como vice na chapa no lugar de Antenor Roberto (PCdoB).
“O que mais pesou nesse reencontro foi o amor ao Rio Grande do Norte. Estou aqui porque acredito na força e na coragem do povo”, repetiu a governadora várias vezes, numa espécie de bordão do evento.
Aliás, Garibaldi fez um discurso elogiando a capacidade administrativa de Fátima à frente do Governo:
- Fátima reconstruiu o Rio Grande do Norte. E vai fazer muito mais no próximo Governo”, afirmou.
A convenção que confirmou também a nominata a deputados estadual e federal do PT abriu espaço para legendas que compõe a ampla aliança construída em favor do projeto de reeleição de Fátima.
- O que estamos presenciando aqui é um reencontro, estivemos muito mais tempo juntos do que em trincheiras diferentes”, disse.
Além do MDB, que indicou o vice, estiveram por lá também o principal representante do PSDB no Estado, o presidente da Assembleia Legislativa Ezequiel Ferreira de Souza, o comando do PROS – Jaime Calado e Zenaide Maia - e nomes importantes do PV, como George Soares e Hermano Moraes.
Outro nome que fez questão de destacar a gestão petista à frente do Executivo estadual foi o presidente ALRN Ezequiel Ferreira, que deixou para o último dia o anúncio de apoio à chapa governista. O suspense foi quebrado na chegada ao lado de Fátima, de Walter e de Carlos Eduardo. No discurso, disse que, apesar de conviver com políticos de várias posições e orientações ideológicas, ele tem opinião e posição própria, e que assim como em 2018, caminhará ao lado da governadora Fátima Bezerra.
- Governadora, a sua altivez, competência, capacidade, dinamismo e trabalho fez a gente misturar as cores do Rio Grande do Norte. E quando se mistura as cores, se mistura também os desejos e os sonhos de ver a senhora continuar a governar o Rio Grande do Norte", afirmou.
Fátima também fez questão de pedir o apoio e o voto ao candidato ao Senado que ela escolheu e tem defendido mesmo à contragosto de parte da militância petista. Sobre Carlos Eduardo, tentou justificar o apoio do ex-adversário a Bolsonaro em 2018 lembrando que “errar acontece e é humano. O que importa é que hoje ele fez sua autocrítica”, disse para pedir o apoio dos eleitores:
- A quem me apoia e vota em mim eu quero pediu o apoio e o voto ao meu candidato ao Senado Carlos Eduardo”, disse.
Com um palanque heterogêneo, Fátima admitiu que tentou se segurar, mas não conseguiu terminar o discurso sem alfinetar a oposição. Lembrou que os
aliados da gestão anterior que deixou quatro folhas de salários atrasadas hoje afirmam que honrar a dívida é obrigação. “Se era obrigação, porque eles não pagaram?”, questionou.
De forma leve e mirando os olhos da militância petista, Fátima disse que é muito grata aos eleitores que a colocam como líder em todas as pesquisas de opinião divulgadas até o momento. Mas pediu humildade e pés no chão.
- Até hoje não teve uma pesquisa que não nos colocasse liderando a corrida eleitoral, mas precisamos ter os pés no chão. E a militância é fundamental nesse momento. A batalha não está ganha, precisamos de todos para fazer o Rio Grande do Norte avançar ainda mais”, afirmou.