Espetáculo de dança “Eu sou favela” reúne 120 crianças da periferia de Natal
Natal, RN 24 de abr 2024

Espetáculo de dança “Eu sou favela” reúne 120 crianças da periferia de Natal

9 de julho de 2022
3min
Espetáculo de dança “Eu sou favela” reúne 120 crianças da periferia de Natal

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Cento e vinte crianças atendidas pelo projeto Balé da Ralé vão se apresentar no primeiro espetáculo do grupo, “Eu sou favela”, no Teatro Alberto Maranhão, em Natal. A apresentação única será no dia 27 de julho, a partir das 19h.

As entradas do evento beneficente para a manutenção do projeto estão disponíveis a R$ 30 (inteira) e R$ 15 (meia). Doações podem ser realizadas também pelo Pix da Associação Meu Sonho de Balé: 45.322.227/0001-91. Os ingressos devem ser reservados pelo WhatsApp 84 98761-6531 e retirados na bilheteria do TAM meia hora antes.

O Balé da Ralé, criado em 2021, atende principalmente à comunidade Novo Horizonte, antiga Favela do Japão, zona Oeste da capital potiguar. Crianças entre 3 e 13 anos de idade têm a oportunidade de estudar nas turmas de Balé Clássico, Breaking, Capoeira, Dança do Ventre, Reforço Escolar e Oficina de leitura, orientados por sete professores. A iniciativa conta ainda com uma secretária e uma auxiliar. Todos são voluntários.

No Teatro Alberto Maranhão, os pequenos dançarinos vão contar a história da comunidade onde vivem com mais de 6 mil pessoas e que teve início na década de 1970. As diferentes modalidades serão apresentadas, incluindo recitação de poema.

O figurino está quase todo garantido graças a doações, faltando ainda algumas meias e sapatilhas. É também com a ajuda de diversas pessoas que o projeto oferece cerca de 1.200 lanches por mês, garantindo a presença dos alunos.

A idealizadora do Balé da Ralé, Saryne Fernandes, lembra que o lanche foi o principal motivo da chegada de três crianças que até já se tornaram suas auxiliares nas aulas: “Elas foram por causa da comida que não tinham em casa, mas viram na dança uma oportunidade até de emprego. Hoje dizem que vão ser bailarinas e vão ser professoras de balé”.

E não é só a carência alimentar que aflige os que procuram o projeto. “Infelizmente, já tivemos relatos de abuso sexual. Eu converso muito com as meninas, principalmente as maiores e em uma conversa informal elas contaram casos, até por parte de familiares. A gente procurou a Casa Renascer para que avaliem a situação e possam resolver da melhor forma e estamos correndo atrás de voluntários para atendimento psicológico”, conta Saryne, ressaltando que o espaço do Balé acaba sendo um refúgio para muitos, uma segunda casa.

Mas o espaço já não comporta tantas crianças. O grupo tem uma pequena sede na frente do Rio das Quintas, conhecido também como Rio das Lavadeiras, e a intenção de construir um prédio maior. O entorno foi atingido pelas recentes chuvas e uma das alunas teve a casa interditada em março, mas precisou voltar com a família por não ter pra onde ir e ainda aguardar o auxílio Aluguel Social, que a Prefeitura deve pagar.

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