Equipe da PF que protege Lula cita opositores radicalizados e pede apoio
Natal, RN 28 de mar 2024

Equipe da PF que protege Lula cita opositores radicalizados e pede apoio

9 de agosto de 2022
4min
Equipe da PF que protege Lula cita opositores radicalizados e pede apoio

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A equipe da Polícia Federal que cuida da segurança do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) enviou ofício à superintendências regionais do órgão com uma lista do que chama de "adversidades" enfrentadas para a proteção do petista nesta eleição. A informação foi publicada nesta terça-feira (9) pelo jornal Folha de São Paulo.

A reportagem conta que os policiais citam na relação o "acesso a armas de letalidade ampliada decorrente das mudanças legais realizadas em 2019" entre os problemas a serem enfrentados ao longo da campanha eleitoral.

A reportagem da Folha teve acesso ao documento e aponta que é um pedido de apoio enviado às chefias de superintendências em estados por onde o candidato, líder nas pesquisas de intenção de voto, passou nos últimos dias.

A segurança de Lula tem como responsáveis os delegados federais Andrei Augusto Passos Rodrigues, Rivaldo Venâncio e Alexsander Castro Oliveira. Rodrigues é o coordenador, Oliveira, o chefe operacional, e Venâncio, o operacional substituto. No ofício, a equipe de segurança afirma que se trata de um "cenário inédito" na história da democracia brasileira, o que "amplia o desafio" da operação.

Este ano, como já havia mostrado a Folha, a PF decidiu reforçar o esquema de proteção a candidatos neste ano diante do clima de tensão no país. O órgão é responsável pela segurança de cada político que concorre ao cargo de presidente da República, com exceção de quem está no exercício do mandato, como Bolsonaro. Sua proteção fica a cargo do GSI (Gabinete de Segurança Institucional).

Alguns trechos do documento:

"O contexto político e social no qual se realizará a operação de segurança é composto por, entre outras adversidades, opositores radicalizados e acesso a armas de letalidade ampliada decorrente das mudanças legais realizadas em 2019" - numa referência às normas editadas pelo presidente Jair Bolsonaro (PL) que facilitaram o acesso a armamentos pela população.

"Ameaças de morte ao candidato e a representantes dos partidos, bem como a perpetração de atos de intimidação e violência, identificados antes do início da campanha, como o atentado ao ônibus da caravana ao ex-presidente Lula, alvejado em maio de 2018 na cidade de Quedas do Iguaçu e Laranjeiras do Sul/PR".

Policiais relatam sete episódios de violência

No documento, os delegados da equipe de segurança de Lula citam sete episódios de violência que seriam relacionados à disputa eleitoral. Entre esses o assassinato em 10 de julho de Marcelo de Arruda, militante do PT de Foz do Iguaçu (PR), por um apoiador de Bolsonaro e o atentado com uma bomba caseira durante evento na Cinelândia, no Rio de Janeiro, em 7 de julho.

Os delegados também elencam como "atos de violência e hostilidade" o cerco à comitiva do petista em Campinas, em 5 de maio; o lançamento de dejetos por um drone contra apoiadores na cidade de Uberlândia em 16 de junho; um tumulto durante agenda no teatro da PUC em São Paulo, em 31 de maio; e o vazamento da agenda de Lula em Maceió em 20 de junho.

PF pediu ajuda estadual

A direção da PF também decidiu acionar forças estaduais para reforçar os cuidados com a segurança de presidenciáveis na eleição.

A direção do órgão orientou suas 27 superintendências regionais a fazerem contato com as respectivas secretarias de Segurança nos estados para mobilizar esforços no processo.

No texto, a direção da PF afirmou que o "cenário atual evidencia a necessidade de somarmos esforços, haja vista o acirramento das relações entre correligionários dos principais candidatos e os incidentes já registrados na fase de pré-campanha eleitoral".

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