Em apenas quatro anos, o patrimônio financeiro do potiguar Rogério Marinho (PL) aumentou em mais de R$ 1 milhão (R$ 1.001.254,1), de acordo com as declarações de bens apresentadas por ele junto ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE) entre as eleições de 2018 e de 2022. Mesmo se não tivesse qualquer despesa e não gastasse com nada nesse período, o valor acumulado é maior do que a soma de todos os salários que ele recebeu durante os últimos quatro anos, nos quais ocupou os cargos de Secretário Especial da Previdência e Trabalho do Ministério da Economia e Ministro do Desenvolvimento Regional.
Em 2018, Marinho declarou possuir R$ 983.228,66 em bens. Já para concorrer ao Senado nas eleições de 2022, ele afirmou ter um patrimônio declarado de R$ 1.984.482,76. Depois de perder as eleições de 2018, Rogério Marinho foi convidado por Bolsonaro (PL) para ser Secretário Especial da Previdência e Trabalho, no Ministério da Economia. Ele permaneceu no cargo de janeiro de 2019 a fevereiro de 2020, com uma remuneração mensal de R$ 17.300 brutos, segundo levantamento do jornal Metrópoles.
Já em fevereiro de 2020, Marinho assumiu o Ministério do Desenvolvimento Regional, onde permaneceu até março de 2022 com um salário bruto de R$ 30.934,70, segundo o Portal da Transparência do Governo Federal. Porém, esse valor baixa para R$ 22.696,45 quando descontados o Imposto de Renda e a contribuição para o INSS. Assim, sem descontos, Marinho recebeu como ministro, aproximadamente, um total de R$ 866.171,6, somando-se também o décimo terceiro salário equivalente aos dois anos em que ocupou o cargo. Mas, quando são abatidos o INSS e o Imposto de Renda, a soma de dois anos de salário como ministro passa para cerca de R$ 635.500,6, contando com o décimo terceiro salário do período.
Levando em consideração os valores recebidos por Rogério Marinho como Secretário Especial e ministro do Desenvolvimento Regional, com os devidos descontos, o crescimento de seu patrimônio declarado ao TSE já é maior do que a remuneração recebida no período. No final das contas, é como se Marinho tivesse adquirido mais bens do que seria possível comprar com os salários que recebeu.
O outro lado
Por meio de nota, Rogério Marinho negou que seu patrimônio tenha aumentado nos últimos quatro anos. Pelo contrário, o ex-ministro afirma que ele diminuiu.
“Em 2018 eu tinha duas casas que não possuo mais, restam um terreno transformado em cotas e um apartamento financiado em 30 anos na Caixa Econômica Federal, faltando 18 anos para quitá-lo. Além da dívida deste financiamento, possuo ainda algumas aplicações compatíveis com a minha renda. A diferença entre valores declarados entre 2018 e agora se dá unicamente pela evolução no pagamento do financiamento e pela atualização dos valores dos bens que eu já possuía “.


Eleições 2022
Com capital eleitoral em queda nos últimos anos, Marinho traz no currículo as desastrosas reformas trabalhistas e previdenciária, que tirou direitos históricos de praticamente todos os trabalhadores brasileiros.
Rogério Marinho não conseguiu se reeleger deputado em 2018, quando obteve 59.961 votos, mesmo sendo o 2º candidato que mais gastou na campanha, de acordo com dados oficiais do TSE.
Nas pesquisas eleitorais recentes feitas no RN, Rogério Marinho aparece com até 70% de rejeição. Seu cabo eleitoral no cenário nacional – o presidente Bolsonaro – teve apenas 36% dos votos nas eleições de 2018 em apenas três dos 167 municípios do Rio Grande do Norte.