RN tem aumento de 70% do desmatamento em 2021 e Mossoró é a cidade mais afetada
Natal, RN 29 de mar 2024

RN tem aumento de 70% do desmatamento em 2021 e Mossoró é a cidade mais afetada

24 de agosto de 2022
5min
RN tem aumento de 70% do desmatamento em 2021 e Mossoró é a cidade mais afetada

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Apesar de ter sido registrado um aumento de 70% de desmatamento de sua cobertura vegetal, o Rio Grande do Norte não está entre os estados do país com maior perda de vegetação. Enquanto o RN teve 10.735 hectares (ha) desmatados em 2021, os índices mais elevados foram registrados no Pará, onde o desmatamento alcançou 402.492 hectares (24,3% do total); no Amazonas, que era o quarto no ranking em 2020 e apareceu em segundo lugar em 2021, com 194.485 hectares (há) desmatados, o que representa 11,8% do total; Mato Grosso, que vem em terceiro, com perda de 189.880 ha (11,5%); seguido do Maranhão, com 167.047 hectares devastados (10,1%); e Bahia, com 152.098 (9,2%).

No Rio Grande do Norte, a área devastada passou de 3.972 hectares em 2020, para 10. 735 no ano passado. Mossoró foi a cidade mais desmatada com a perda de vegetação em 5.137 hectares, seguida por Serra do Mel (421,09 ha), Serrinha (369,32 ha), Marcelino Vieira (297,83 ha) e Taipu (228,21 ha).  Já em Pernambuco, Paraíba, Ceará, Minas Gerais e Sergipe, tiveram mais de 80% de aumento na área desmatada. Os dados são do Relatório Anual do Desmatamento no Brasil em 2021 e foram divulgados pelo MapBiomas no último dia 18 deste mês.

Ao somar o desmatamento registrado em Mossoró, Marcelino Vieira e Serra do Mel, com aqueles notificados em Baraúna (226,77 ha) e Apodi (181,02 ha), o Alto Oeste se torna a região com maior concentração de perdas para o desmatamento. Já na região metropolitana de Natal, Macaíba (180,28 ha) e Ceará-Mirim (51,73ha), foram as cidades que apresentaram maiores perdas de vegetação. Na capital potiguar, o bairro de Nova Descoberta foi o mais afetado, com o desmatamento de 11 hectares.

Em todo o país, o avanço no desmatamento foi de 20%, o que coloca o Rio Grande do Norte bem acima da média nacional. O RN ficou entre os 13 estados do país com desmatamento acima da média nacional, porém, apresentou uma melhora em sua média histórica de desmatamento, passando do 16º lugar, em 2020, para o 18º lugar em 2021, dentre os estados que mais desmatam. Em Pernambuco, a área devastada aumentou 279% do ano passado pra cá. Já na Paraíba, a alta foi de 147%.

Os maiores desmatamentos no RN ocorreram em abril e dezembro de 2021, com 1.400,81 ha e 1.028,16 hectares desmatados, respectivamente. Na sequência, vem os meses de março (960,88 ha) e maio (826,45 ha).

Agricultura x Caatinga

O relatório também aponta que a agricultura (77,9%) é a principal causa do desmatamento no estado e a caatinga é o bioma em situação mais preocupante, com 788 alertas de risco de devastação numa área de 6.687 hectares. Na sequência vem o bioma da Mata Atlântica, que teve seis alertas numa área de 73 hectares.

Mapa de áreas mais devastadas e que receberam mais alertas I Fonte: Mapbioma
Mapa de áreas mais devastadas e que receberam mais alertas I Fonte: Mapbioma

Incêndio em área de proteção ambiental e indígena do RN devastou 2.700 m² de mata ciliar

Incêndio em mata ciliar I Foto: Defesa Civil do RN
Incêndio em mata ciliar I Foto: Defesa Civil do RN

Em outubro de 2021, a área de proteção ambiental – APA Piquiri-Una, no município de Canguaretama, foi atingida por um incêndio que atingiu cerca de 2.700 metros quadrados de mata ciliar, uma vegetação que protege o rio Catu, segundo a Defesa Civil do Rio Grande do Norte. O fogo começou a partir de uma plantação de cana-de-açúcar se espalhando pela região onde há predominância de Mata Atlântica a até 50 metros do rio. A área é habitada pela comunidade indígena Catu, que ajudou a conter o fogo junto ao Corpo de Bombeiros.

Nos últimos anos, as cidades de Patu, Parelhas e Portalegre sofreram incêndios de grandes proporções. Em Portalegre foi preciso enviar reforço para combater o incêndio na região serrana em 2019. Já em Patu, no mesmo ano, o fogo atingiu uma grande área da Serra do Lima que abriga, além do Santuário do Lima, uma vasta vegetação utilizada como base de pesquisa para cursos da Universidade do Estado do Rio Grande do Norte (UERN). Já no ano seguinte, em 2020, um novo incêndio de grandes proporções atingiu a vegetação que cobria a Serra da Capelinha, em Parelhas. O fogo era tão intenso, que as chamas registradas na região montanhosa podiam ser vistas do centro da cidade. Os incêndios comprometeram a vegetação e a biodiversidade local.

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