Bolsonaro faz nova ameaça, ignora fome, ataca Lula e exalta o próprio pênis em discurso de 7 de setembro
O presidente Jair Bolsonaro (PL) reuniu milhares de eleitores em Brasília e no Rio de Janeiro, nas comemorações do tradicional desfile da Independência, em 7 de setembro, que em 2020 chega aos 200 anos. Ele transformou um evento cívico em palanque eleitoral, a menos de 1 mês para as eleições, confirmadas para 2 de outubro.
No saldo dos dois eventos, na Esplanada dos Ministérios e em Copacabana, o presidente da República fez nova ameaça de golpe a apoiadores, atacou e ofendeu Lula, favorito para vencer as eleições; ignorou os 33 milhões de brasileiros que passam fome no país e pediu que o público repetisse, numa referência a ele mesmo, o coro de "imbroxável".
No início da manhã, em Brasília, Bolsonaro afirmou a um grupo de apoiadores que "a história pode se repetir" logo após citar revoltas populares e golpe de 1964, que mergulhou o país em longos 21 anos de ditadura.
"Queria dizer que o Brasil já passou por momentos difíceis, mas por momentos bons, 22 [revolta tenentista], 35 [intentona comunista], 64 [golpe militar], 16 [impeachment de Dilma Rousseff (PT)], 18 [eleição presidencial] e agora, 22. A história pode repetir, o bem sempre venceu o mal. Estamos aqui porque acreditamos em nosso povo e nosso povo acredita em Deus", disse.
Estagnado em 2° lugar nas pesquisas de opinião, Bolsonaro se referiu a Lula como “quadrilheiro de nove dedos” e que “esse tipo de gente tem que ser extirpado da vida pública”.
Ao contrário de eventos anteriores, Bolsonaro não atacou as urnas eletrônicas nem o Supremo Tribunal Federal diretamente, apenas se referiu à Suprema Corte como “todos sabem o que é o STF”.