Escritor natalense é destaque em premiação nacional
Natal, RN 29 de mar 2024

Escritor natalense é destaque em premiação nacional

7 de setembro de 2022
4min
Escritor natalense é destaque em premiação nacional

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Por que será que os livros nos atraem, tal qual algumas pessoas? Muitas vezes, passeando os olhos pelas prateleiras, físicas ou virtuais, nos encantamos por uma capa ou um título e, inevitavelmente, está selada a relação. Os livros servem para nos guiar por caminhos outrora desconhecidos ou, ao contrário, servem para reforçar nossas crenças e enlarguecer a teia de ideias que sustenta nossas convicções. Certamente muitos que se depararem com o livro Um plano para matar o presidente e outros contos (Natal, Caravela Selo Cultural, 2021, 190 páginas), escrito pelo natalense José Correia Torres Neto e subsidiado pela Lei Aldir Blanc, sentirão uma atração imediata por algumas razões: curiosidade e porque o título é imensamente sugestivo para os tempos atuais.

Para além da verve da escrita, José Correia Torres Neto também é responsável pela editora Caravela Selo Cultural, e seu livro chamou a atenção da Comissão Julgadora do V Prêmio Nacional da Associação Brasileira dos Escritores de Romance Policial, Suspense e Terror (ABERST), na categoria Projeto Gráfico, assinado pela designer Clara Wanderley, levando o prêmio de Destaque nesse segmento, disputado por mais 230 inscritos em todo o Brasil. Um plano para matar o presidente e outros contos nem sequer está disponível nas livrarias, mas já desperta o interesse da crítica. Se a sua curiosidade só aumenta, ele estará, em breve, à venda na Livraria Cooperativa Cultural, na UFRN.

A reunião dos contos escolhidos para esse mais recente livro de José Correia Torres Neto ocorreu primeiro no campo virtual, num blog “despretensioso” que ele mantinha na grande rede. Agora, ele recebe um prêmio pela concepção gráfica da obra, mas alguns contos já haviam, inclusive, recebido reconhecimentos literários, como é o caso do conto “O cozinheiro”, vencedor do 1º Concurso de Contos do SINDSAÚDE, em 2009; já “O movimento da banca de revistas” e “Segredo de recepcionistas” levaram anteriormente Menções Honrosas; além do conto “Versáteis” ter sido publicado em uma das mais prestigiosas revistas culturais do país, a Piauí, edição 160 de janeiro de 2020.

Tímido nas palavras faladas, ao contrário das escritas, José Correia Torres Neto não é muito chegado a elogios fáceis. Mas se diz grato pelo reconhecimento porque uma coisa ele não nega: ama os livros, a literatura e a possibilidade de transformar esses dois elementos em potência pura de desenvolvimento e transformação humana.

O escritor conta que Um plano para matar o presidente e outros contos foi gestado em plena pandemia, um exercício de escrita movido por sentimentos difusos, como medo, tentativa de ocupar a cabeça, deixar de lado o negacionismo e as “bufonarias” proferidas pelo chefe do executivo nacional e alardeados por outros parvos que habitam nosso país.

“Comecei a revisitar arquivos digitais antigos e, a partir daí, fiz a sistematização da publicação. Ajustei um ou outro conto e criei mais alguns”, diz.

Então, no final do ano passado, com a sanção da Lei Emergencial, idealizada pelos progressistas brasileiros e nomeada em homenagem a um dos maiores letristas e músicos do país, Aldir Blanc, que morreu em 2020 vitimado pela peste mundial do século XXI, surgiu a oportunidade perfeita para a publicação do livro. Correia só não esperava que um prêmio viesse antes mesmo de ele lançar a obra.

Embora o título seja sugestivo, José Correia Torres Neto gosta de frisar que o livro é “terrivelmente ficcional”. Completamente avesso a qualquer tipo de violência real no cotidiano, o escritor pretende tão somente promover uma espécie de catarse ficcional, na qual o que deve morrer é o obscurantismo, o negacionismo, o fascismo e o desrespeito à vida humana. E que se tornem vivos, o quanto antes, os sonhos por tempos melhores e por uma nação mais fraterna e de paz.

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