Filha de Beth Carvalho diz que vai processar ministro Fábio Faria por uso indevido de música da mãe em vídeo bolsonarista
Natal, RN 25 de abr 2024

Filha de Beth Carvalho diz que vai processar ministro Fábio Faria por uso indevido de música da mãe em vídeo bolsonarista

12 de setembro de 2022
5min
Filha de Beth Carvalho diz que vai processar ministro Fábio Faria por uso indevido de música da mãe em vídeo bolsonarista

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A filha da cantora e compositora Beth Carvalho, Luana Carvalho, anunciou em suas redes sociais que vai processar o ministro das Comunicações, Fábio Faria, por ter usado a canção gravada por sua mãe “Vou Festejar”, sem autorização, para promover vídeos bolsonaristas. A música é de autoria de Jorge Aragão, mas se tornou conhecida na voz de Beth Carvalho. Luana também pede para que as pessoas denunciem a utilização indevida da canção.

Aqui a prova do uso indevido da história de minha mãe, sua voz, sua luta, por bolsonaristas a favor de tudo q ela era contra. Isso é de um desrespeito q não deixarei acontecer”, comentou Luana ao fazer referência a um vídeo postado pelo ministro potiguar Fábio Faria.

Ministro Fábio Faria I Foto: reprodução
Ministro Fábio Faria I Foto: reprodução

Beth Carvalho era considerada madrinha do samba. Ela morreu aos 72 anos, no dia 30 de abril de 2019, depois de ficar internada desde o início do ano no Hospital Pró Cardíaco, em Botafogo, Rio de Janeiro. Beth Carvalho faleceu em decorrência de uma infecção generalizada.

A sambista sempre se posicionou politicamente e era uma das grandes lideranças da esquerda. Apesar da mobilidade reduzida por causa de um problema de coluna, chegou a participar de vários eventos em defesa da libertação do ex-presidente Lula, entre eles, o Festival Lula Livre, realizado em 2018.

Post de Luana Carvalho, filha de Beth Carvalho I Imagem: reprodução
Post de Luana Carvalho, filha de Beth Carvalho I Imagem: reprodução
Post de Luana Carvalho, filha de Beth Carvalho I Imagem: reprodução
Post de Luana Carvalho, filha de Beth Carvalho I Imagem: reprodução
https://www.youtube.com/watch?v=WDq2iXT731E

De pai para filho...

Robinson Faria I Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil

Em abril deste ano, o ex-governador Robinson Faria (PL), pai de Fábio Faria, foi cobrado pela Justiça da Bahia por uma dívida que remonta a 2018, por uso de uma música sem pagamento de direitos autorais durante a campanha para governador à qual concorreu em 2014.

O processo já foi transitado em julgado, mas, apesar do alto padrão de vida de Robinson, o setor de penhora online da justiça da Bahia não conseguiu encontrar nenhum valor nas contas bancárias do ex-governador para quitar a dívida que já ultrapassava os R$ 9 milhões. O montante não havia sido pago até a tarde desta segunda (12) e nenhuma justificativa havia sido apresentada à justiça.

O processo contra Robinson Faria foi iniciado em 2015 e em 2018 a justiça determinou que ele pagasse multa por danos morais no valor de R$ 40.000,00 a José Edmundo da Silva Almeida e mais R$ 40.000,00 a Carlos Pita, músicos baianos autores da conhecida música “Cometa Mambembe”.

A ação foi movida por José Edmundo, que é mais conhecido artisticamente como “Edmundo Carôso”; por Carlos Pita e pela gravadora Sony Music PUBLISHING (BRAZIL) EDIÇÕES MUSICAIS LTDA.

Robinson se elegeu utilizando irregularmente a música e infringindo a lei de direitos autorais durante a campanha eleitoral de 2014, quando concorreu ao cargo de governador do Rio Grande do Norte. Além de Robinson, também são citados como réus no processo o PSD (Partido Social Democrático) do RN, partido ao qual o ex-governador estava associado na época, e a Ecopropaganda e Marketing ME.

A acusação destaca que além dos réus não terem pago pela utilização da composição, os autores de “Planeta Mambembe” foram prejudicados à medida que a música foi utilizada sem a autorização dos compositores, com modificações na letra para adaptá-la a jingle de campanha política, “sem que os compositores da obra musical ao menos tivessem a oportunidade de se manifestar sobre a conveniência de ter sua criação intelectual vinculada a essas figuras políticas e ideologias partidárias”.

Além das multas, os réus também ficaram obrigados a divulgar a verdadeira autoria da obra (de “Edmundo Carôso” e “Carlos Pitta”), com destaque, por três vezes consecutivas, no Jornal A TARDE, periódico de grande circulação do domicílio dos autores da ação.

A música original tinha a seguinte letra:

“Quando a estrela brilhar na cabeleira e o galope acordar na beira-mar…”

Para o jingle da campanha, a equipe de Robinson fez uma pequena adaptação:

“Quando a estrela brilhar tenho certeza com a vitória do povo potiguar”.

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Justiça da Bahia cobra dívida de R$ 9 milhões de Robinson Faria por plágio em jingle da campanha de 2014

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