Pesquisa Genial/Quaest divulgada nesta quarta-feira (7) aponta que a maioria dos brasileiros avalia que as manifestações convocadas por Jair Bolsonaro (PL) para o 7 de Setembro em defesa do seu governo “tumultuam” o processo eleitoral. De acordo com o estudo, 56% da população avalia que os atos atrapalham o processo eleitoral, contra 33% dos que acham que esse é “um direito” do atual ocupante do Palácio do Planalto.
Ainda conforme a pesquisa, 77% dos que dizem que irão votar no ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) são contrários à realização das manifestações bolsonaristas por temerem riscos à segurança do pleito de outubro. Outros 13% avaliam que a convocação das manifestações são um direito de Jair Bolsonaro.
Já entre os eleitores de Bolsonaro, 64% avaliam que esse é um direito dele, ante 26% dos que acreditam que os atos convocados por ele tumultuam o pleito eleitoral.
Os atos bolsonaristas do 7 de Setembro acontecem em meio aos ataques e ameaças feitas por Jair Bolsonaro e seus seguidores contra a higidez do sistema eleitoral e a ministros do Supremo Tribunal Federal (STF).
A pesquisa entrevistou 2.000 pessoas de forma presencial entre os dias 1 e 4 de setembro. A margem de erro é dois pontos percentuais para mais ou para menos e o índice de confiança, segundo o instituto, é de 95%. A pesquisa foi registrada no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) sob o número BR-00807/2022.
Isolamento do STF e divergência entre Bolsonaro e Ibaneis ampliam alerta no 7 de Setembro
A capital federal amanhece imersa em um cenário de dúvidas nesta quarta-feira (7) sobre como deverão se desenrolar as próximas horas deste 7 de Setembro, data para a qual o presidente Jair Bolsonaro (PL) agendou evento comemorativo em Brasília (DF) durante o período da manhã, antes de seguir para uma programação semelhante no Rio de Janeiro (RJ).
Na noite de terça (6), a cidade ampliou o alerta diante da data após o ex-capitão viver um embate público com o governador do Distrito Federal (DF), Ibaneis Rocha (MDB), por conta do acesso à Esplanada dos Ministérios durante o evento, que este ano marca os 200 anos de independência do Brasil.
O presidente mandou o Exército liberar a entrada de caminhões no espaço, mas o mandatário local disse que não está autorizado esse tipo de ingresso porque somente a circulação de pessoas está prevista para o desfile de 7 de Setembro nesta quarta na Esplanada, onde é esperado um contingente de 280 mil pessoas – a rede hoteleira de Brasília, por exemplo, está com 83% de ocupação por conta das comemorações, segundo dados da Associação Brasileira da Indústria de Hotéis do DF (Abih-DF).
A Esplanada está interditada desde a noite de segunda-feira (5), o que mexeu com a rotina da cidade. O bloqueio estava previsto para ocorrer somente no final da tarde de terça, mas a chegada inesperada de um grupo de caminhoneiros fazendo um buzinaço no local acabou antecipando o início do esquema para segunda. O episódio fez o Supremo relembrar o trauma do ano passado, quando um grupo de representantes da categoria fez algo semelhante, conseguiu adentrar a Esplanada e acabou se retirando de lá somente no dia 9 de setembro, após falhas na segurança do evento.
Este ano a via foi totalmente bloqueada no trecho entre a Rodoviária de Brasília e a Praça dos Três Poderes, uma extensão de quase 3 km. “A Polícia Militar está lá e a ordem é não entrar ninguém”, disse Ibaneis à Folha de S. Paulo após ser procurado pela imprensa para tratar do despacho dado por Bolsonaro, que contrariou o esquema de segurança já anteriormente previsto pela Secretaria de Segurança Pública do Distrito Federal (SSP-DF).
Em desafio a Alexandre de Moraes, Bolsonaro desfila abraçado a Luciano Hang no 7 de setembro
Em um desafio ao ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) e presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Alexandre de Moraes, Jair Bolsonaro (PL) desfilou abraçado ao empresário Luciano Hang, dono das lojas Havan, nesta quarta-feira, 7 de setembro, em Brasília.
Hang foi alvo há pouco tempo de uma ação da Polícia Federal, autorizada por Moraes, por participar de um grupo de WhatsApp no qual outros empresários defendiam um golpe de Estado em caso de vitória do ex-presidente Lula (PT) na eleição.
A operação, que atingiu empresários bolsonaristas, causou muito incômodo no Palácio do Planalto.
Com informações do Brasil 247 e Brasil de Fato