A campanha nacional de vacinação contra a poliomielite que começou em agosto termina nesta sexta (30), com um resultado bem distante da meta de 95% da cobertura vacinal estipulada pelo Ministério da Saúde. De acordo com a Secretaria de Estado da Saúde Pública (Sesap), apenas 83.403 crianças foram vacinadas das 185.751 que deveriam ter sido imunizadas no Rio Grande do Norte. Nova Cruz (22,88%), Natal (22,53%) e Maxaranguape (22,18%), foram as cidades com pior desempenho.
Os dados, retirados da plataforma RN+ Vacina na tarde desta quarta (28), também revelam que apenas 12 dos 167 municípios do estado conseguiram atingir a meta da cobertura vacinal. As cidades de Severiano Melo (165,41%), José da Penha (106,71%) e Monte das Gameleiras (105,93%) foram as que apresentaram melhor cobertura.
Diante da baixa procura pela vacina contra a poliomielite, Natal e Mossoró começaram a fazer buscas ativas com envio de equipes de vacinação aos bairros, além de disponibilizar a vacina nas unidades de saúde.
Desde 2017, o Rio Grande do Norte não atinge o percentual de cobertura para a pólio estipulado pelo Ministério da Saúde. Em 2021, a vacinação alcançou 69,88% do público-alvo; índice próximo ao de 2020, quando 69,7% das crianças foram vacinadas; já em 2019, o índice de vacinação era bem maior com 80,74% de cobertura; já em 2018, essa média era ainda mais alta com 90,32% de cobertura, enquanto em 2017, a cobertura vacinal ficou em 69,52%.
Para garantir a proteção contra a poliomielite, doença grave que provoca a paralisia dos músculos, devem ser vacinadas todas as crianças de zero a menores de cinco anos de idade. No Brasil, o último caso detectado foi em 1989, na Paraíba, mesmo ano em que a doença apareceu pela última vez no Rio Grande do Norte, com um registro em São José do Seridó.
Como funciona o esquema de vacinação contra a pólio
O esquema vacinal prevê a aplicação de três doses para que a cobertura seja considerada completa, o que a Sesap e o Ministério da Saúde chamam de vacina VIP. Pelo esquema vacinal, a 1ª dose deve ser aplicada aos 2 meses de vida, a 2ª dose aos 4 meses e a 3ª dose aos 6 meses, todas injetáveis. Apenas depois dessa fase, são aplicadas as doses de reforço (VOP), sendo a 1ª entre os 15 e 18 meses e a 2ª entre os 4 e 5 anos, podendo ambas ser por meio da vacina oral.
- 1ª dose: aos 2 meses de vida com a VIP –injetável ;
- 2ª dose: aos 4 meses de vida com a VIP –injetável;
- 3ª dose: aos 6 meses de vida com a VIP –injetável;
- 1º reforço: entre os 15 e 18 meses, que pode ser por meio da vacina oral (VOP);
- 2º reforço: entre os 4 e 5 anos, que pode ser por meio da vacina oral (VOP).
Confira as vacinas disponíveis na Campanha de Multivacinação 2022*:
Para crianças até os sete anos de idade: BCG, Hepatite B, PENTA (DTP/Hib/ HB), Polio, Rotavírus, Pneumocócica 10 valente (Conjugada), Meningocócica C (Conjugada), Febre amarela, Tríplice viral (sarampo, caxumba e rubéola- SCR), Tetra viral (sarampo, caxumba, rubéola e varicela-SCRV), DTP, Hepatite A, Varicela.
Para crianças a partir de sete anos e adolescentes: Hepatite B, Febre amarela, Tríplice viral (sarampo, caxumba e rubéola-SCR), Difteria e tétano adulto, dTpa, Meningocócica ACWY (Conjugada), Meningocócica C (Conjugada), HPV quadrivalente, Varicela.
*Com informações da Sesap e Ministério da Saúde.