Campanha contra poliomielite é prorrogada pela 2ª vez; RN vacinou 56% do público-alvo
Até esta segunda (10), o Rio Grande do Norte tinha conseguido vacinar 56% das crianças com menos de cinco anos contra a poliomielite, doença que também é conhecida como paralisia infantil. Os dados são da Secretaria de Estado da Saúde Pública (Sesap), que por causa da baixa procura pela vacina, decidiu prorrogar a campanha de imunização até o dia 31 de outubro em todo o estado.
Para tentar ampliar a cobertura vacinal, a Sesap recomenda aos municípios que no próximo sábado (22), seja realizado mais um Dia D de vacinação, com os postos de saúde abertos e também ampliação dos locais para imunização, como parques, praças e supermercados.
Ao todo, foram vacinadas 105.040 crianças com menos de cinco anos de idade das 185.751 que devem ser imunizadas. A meta preconizada pelo Ministério da Saúde é vacinar 95% deste público.
Apesar do grave risco que a doença representa, desde 2017 o Rio Grande do Norte não atinge o percentual de cobertura para a pólio estipulado pelo Ministério da Saúde. Em 2021, a vacinação alcançou 69,88% do público-alvo; índice próximo ao de 2020, quando 69,7% das crianças foram vacinadas; em 2019, o índice de vacinação era bem maior com 80,74% de cobertura; já em 2018, essa média era ainda mais alta com 90,32% de cobertura, enquanto em 2017, a cobertura vacinal ficou em 69,52%.
“A queda da cobertura vacinal é um fenômeno multifatorial que perpassa todo o país, como mostram as pesquisas, contando nisso uma campanha anti-vacina que, infelizmente, de forma crescente atinge várias camadas da sociedade. A Sesap seguirá trabalhando de forma constante para recuperar a cobertura vacinal ideal, atuando diretamente em cooperação com os municípios, que são os responsáveis pela operacionalização do processo, ofertando ajuda técnica e parceria na realização de mutirões de vacinação constantemente”, ressaltou a coordenadora de vigilância em saúde da Sesap, Kelly Lima.
Inicialmente, a campanha de vacinação contra a pólio que começou no dia 8 de agosto iria até 10 de setembro, mas foi prorrogada por dez dias por causa da baixa procura de pais e responsáveis.
O que é?
A poliomielite é uma doença grave que provoca a paralisia dos músculos. Devem ser vacinadas todas as crianças de zero a menores de cinco anos de idade. No Brasil, o último caso detectado foi em 1989, na Paraíba, mesmo ano em que a doença apareceu pela última vez no Rio Grande do Norte, com um registro em São José do Seridó.
Na última sexta (7), o Ministério da Saúde descartou uma suspeita de paralisia infantil numa criança de três anos, no Pará. O menino teve paralisia flácida aguda e foi detectado, durante exame, que havia presença do vírus da pólio nas fezes da criança.
Apenas depois de investigação da vigilância sanitária foi descoberto que a criança havia tomado a vacina oral (com o vírus atenuado, ou seja, enfraquecido) antes de tomar a vacina com o vírus inativado (morto), através de injeção, como recomendado.
Confira o esquema de vacinação contra a pólio
O esquema vacinal prevê a aplicação de três doses para que a cobertura seja considerada completa, o que a Sesap e o Ministério da Saúde chamam de vacina VIP.
Pelo esquema vacinal, a 1ª dose deve ser aplicada aos 2 meses de vida, a 2ª dose aos 4 meses e a 3ª dose aos 6 meses, todas injetáveis.
Apenas depois dessa fase, são aplicadas as doses de reforço (VOP), sendo a 1ª entre os 15 e 18 meses e a 2ª entre os 4 e 5 anos, podendo ambas ser por meio da vacina oral.
- 1ª dose: aos 2 meses de vida com a VIP –injetável;
- 2ª dose: aos 4 meses de vida com a VIP –injetável;
- 3ª dose: aos 6 meses de vida com a VIP –injetável;
- 1º reforço: entre os 15 e 18 meses, que pode ser por meio da vacina oral (VOP);
- 2º reforço: entre os 4 e 5 anos, que pode ser por meio da vacina oral (VOP).