Nem as mentiras contadas nem a visita de Jair Bolsonaro (PL) em ano de eleição foram capazes de converter o voto do povo de Jardim de Piranhas, no interior do Rio Grande do Norte. Uma comitiva do governo federal esteve na cidade em 9 de fevereiro para chegada simbólica das águas do São Francisco. Tão simbólica, que nenhuma gota foi derramada naquela manhã.
No dia 2 de outubro, Bolsonaro perdeu no município para a abstenção, equivalente a 15,39% dos votos. Apenas 14,69% (1.267 votos) dos eleitores optaram pela reeleição do presidente, enquanto 80,96% (6.980 votos) escolheram Lula para ser novo presidente do Brasil.
O evento em fevereiro teve ainda uma “jegueata”, ao lado dos ministros potiguares Rogério Marinho (Desenvolvimento Regional), Fábio Faria (Comunicações), e ainda João Roma (Cidadania), Gilson Machado (Turismo) e Luiz Eduardo Ramos (Secretaria Geral).
A imprensa nacional chamou atenção para a aglomeração provocada no Rio Grande do Norte em meio uma nova escalada da covid-19 no país. Como de costume, Bolsonaro e a maioria dos participantes não utilizaram máscaras para prevenção da doença que matou quase 700 mil brasileiros.
O prefeito de outro município da região, Jardim do Seridó, o músico José Amazan (PSD), chegou a comprar Bolsonaro com Jesus, ao supostamente levar água para o Nordeste por meio da transposição.
Já o prefeito de Jardim de Piranhas, Rogério Couro Fino (MDB), disse durante a solenidade que Bolsonaro é o melhor presidente que o Brasil já teve, mas durante a campanha escondeu esse voto e caminhou ao lado da governadora Fátima Bezerra, do PT, trabalhando para a sua reeleição.
Para o cargo máximo estadual, Jardim de Piranhas deu 73,95% dos votos (5.431) para Fátima e 13,53% (994), para Fabio Dantas, que só conseguiu colar sua imagem à de Bolsonaro meses depois da visita.
