DEMOCRACIA

Prefeito de Mossoró, Allyson Bezerra elege apenas um dos seus quatro candidatos

O fim do primeiro turno das eleições 2022 chega com um resultado desanimador para o prefeito de Mossoró, Allyson Bezerra: a eleição de apenas um dos seus quatro candidatos oficiais nestas eleições.

O prefeito se tornou um fenômeno político há quatro anos, quando despontou nas urnas e foi eleito deputado estadual sem nunca ter se candidatado até então. Com a popularidade em alta, se lançou candidato à Prefeitura de Mossoró em 2020 e surpreendeu ao derrotar a prefeita Rosalba Ciarlini, que buscava um novo mandato. Nestas eleições, portanto, seu apoio era tido como importante para os correligionários que desejassem se eleger.

Oficialmente, Allyson não declarou voto apenas para presidente. Para deputado estadual, votou em Jadson Rolim, ex-vereador da cidade e, para deputado federal, fez campanha para Lawrence Amorim, atual presidente da Câmara Municipal. Ambos são do Solidariedade, partido do prefeito.

Já para governador, votou no ex-vice-governador Fábio Dantas (SD) e para senador, depositou apoio para Rogério Marinho (PL). Apenas Marinho se elegeu. Ainda na pré-campanha, seu candidato favorito ao Senado era o ministro das Comunicações Fábio Faria (PP), que enfrentou um embate contra Marinho para ser o nome do bolsonarismo no RN mas não conseguiu se viabilizar. 

O prefeito fez uma campanha firme para os candidatos, sendo seu principal cabo eleitoral em Mossoró. Jadson foi o candidato a deputado estadual mais votado do município, recebendo 17.781 votos (13,37%). O desempenho de Lawrence também foi positivo: com 33.303 votos, teve o equivalente a 25,37% do total em Mossoró e foi o concorrente à Câmara mais votado. Marinho recebeu 47.089 votos e uma porcentagem de 41,20%, próxima ao seu desempenho geral no Estado. Já Fábio Dantas foi o que registrou o pior desempenho entre os apoiados pelo prefeito. Com 19.556 votos, ficou em terceiro lugar na cidade com 15,13%. 

Embora não tenha declarado apoio a nenhum candidato à presidência, o Solidariedade no Estado compôs a base bolsonarista. Em visita de campanha eleitoral ao Rio Grande do Norte, o presidente Jair Bolsonaro (PL) pediu votos a Fábio Dantas, que participou de uma “motociata” com o chefe do Planalto. Já Rogério Marinho é ex-ministro do Desenvolvimento Regional e faz parte da mesma sigla do presidente. Na Capital do Oeste, Bolsonaro teve uma derrota acachapante para Lula: 32,15%, ante 61,06% do petista.

O problema para os candidatos do prefeito veio a nível do Estado. Para a Assembleia Legislativa, Jadson ficou na primeira suplência do partido, que elegeu os deputados Cristiane Dantas e Luiz Eduardo, ex-prefeito de Maxaranguape. Para a Câmara, o Solidariedade não elegeu nenhum parlamentar, e Lawrence foi o segundo do partido mais votado no Rio Grande do Norte. Enquanto isso, no Governo, Fábio Dantas somou 406.461 votos, equivalente a 22,22% do total, e ficou em segundo lugar, perdendo ainda no primeiro turno para a governadora reeleita Fátima Bezerra (PT). O único exitoso foi o ex-ministro Rogério Marinho que, com 708.351 votos, — equivalente a 41,85%, conquistou uma cadeira no Senado.

Mesmo com as derrotas, Allyson agradeceu a “votação expressiva” dos candidatos. Nas redes sociais, afirmou: “Trabalhamos muito, andamos pelas ruas, bairros, comunidades rurais e municípios do nosso estado falando do nosso projeto e em busca de fortalecer ainda mais esse sonho, que é feito de pessoas, compromisso, respeito e dignidade.” Sobre a vitória de Marinho, disse que o eleito senador “tem trabalho prestado a Mossoró”. Em relação à derrota do correligionário Fábio Dantas, apenas o terceiro colocado para o Governo na cidade, ele não se pronunciou nas redes sociais.

Antes de Allyson bater seu martelo sobre os apoios para este pleito, quem desejava contar com o voto do mandatário era o vereador Tony Fernandes, que foi um dos principais aliados do prefeito na bancada governista. Fernandes buscou diálogo com o grupo de Bezerra, mas foi preterido. Ele também criticou a aliança feita por Allyson com o ministro das Comunicações, Fábio Faria, em entrevista à Rádio 95 FM de Mossoró. 

“A gente entende que é uma oligarquia e filho de alguém [Robinson Faria] que destruiu o Rio Grande do Norte, com folhas salariais atrasadas”, disse Tony. Mesmo sem o apoio do prefeito, o vereador foi o segundo candidato a deputado estadual mais votado na cidade, registrando 15.647 votos, correspondente a 11,77%.

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