Demissão de funcionária gera ataques entre sindicatos; Sindsaúde chama de “calúnia” denúncias contra atual direção
Natal, RN 25 de abr 2024

Demissão de funcionária gera ataques entre sindicatos; Sindsaúde chama de "calúnia" denúncias contra atual direção

18 de outubro de 2022
4min
Demissão de funcionária gera ataques entre sindicatos; Sindsaúde chama de

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O Sindicato dos Trabalhadores em Saúde do Rio Grande do Norte (Sindsaúde-RN) negou que tenha existido perseguição na demissão e advertência de duas funcionárias da entidade. O Sindsaúde foi acusado de "práticas contraditórias" e classificou as denúncias como “calúnia” contra a atual direção do grupo.

A nota foi uma resposta a uma moção de repúdio assinada pelo Sindicato que reúne os funcionários que trabalham em entidades sindicais, o Sindesind-RN:

“Após ampla discussão interna na direção executiva do Sindsaúde-RN, foi deliberado encaminhar a demissão da Sra. Benedita Lopes (Nativa), que trabalhou nos últimos anos na função de recepcionista do sindicato. Nativa, apesar de já aposentada pelo Instituto Nacional do Seguro Social (INSS), optou por permanecer no mercado de trabalho, assim, foi contratada por nossa entidade sindical, cumprindo por quase 10 anos uma importante função”, diz a nota.

“Decidida pela modalidade legal de demissão ‘sem justa causa’, a direção, mesmo ciente da coerência dos pontos que levaram ao desligamento da funcionária e mesmo sendo exposta por meio de informações inverídicas, vai seguir optando por não expor Sra. Nativa quanto aos motivos que ensejaram seu desligamento”, argumenta o Sindsaúde.

Em sua defesa, o comunicado destaca que foi um dos únicos sindicatos a garantir o Acordo Coletivo e os direitos dos trabalhadores da entidade. E diz ainda que mesmo não tendo a obrigação de homologar a rescisão do contrato nas atuais regras trabalhistas, decidiu fazê-lo mesmo assim sob análise do Sindesind.

Em relação a outra funcionária, o Sindsaúde afirma que a advertiu por escrito no dia 4 de outubro, “após serem feitas várias advertências verbais”. O grupo condena as acusações recebidas:

“É lamentável que em um momento de polarização que estamos enfrentando, onde existe uma disputa política e uma crescente criminalização aos sindicatos e à organização da classe trabalhadora, sejamos acusados de promover práticas antissindicais”, argumenta. 

O Sindsaúde também pontua que a diretoria tem autonomia para administrar as questões administrativas, como demissões e advertências, já que foi “eleita democraticamente pela base.”

O comunicado rebateu ainda as acusações da ex-coordenadora-geral do Sindsaúde Sônia Godeiro, que acusou a entidade de perseguição política e assédio moral. Um Boletim de Ocorrência contra a sindicalista foi registrado.

Sindesind fala em “prática contraditória” contra trabalhadoras

Na nota de repúdio emitida pelo Sindicato dos Empregados em Entidades Sindicais, Associações, Consultórios e Escritórios de Profissionais Liberais (Sindesind-RN), a entidade classifica a advertência contra a auxiliar de escritório como uma “prática contraditória”. A funcionária é diretora do Sindesind. 

Segundo o comunicado, a advertência teria vindo pelo fato da trabalhadora não saber utilizar corretamente um sistema empregado no Sindsaúde.

“Como trabalhadora e dirigente sindical que sou, primo pela responsabilidade e não considero justa advertência por questões que não se dão de maneira a ser verificada em sua totalidade, as informações e seus respectivos desdobramentos”, disse a funcionária, que teve o posicionamento registrado em nota.

Ainda segundo o Sindesind, antes de entrar de férias, ela comunicou à coordenadora administrativa sobre a necessidade de resolver os problemas apresentados pelo Sindsaúde e que, durante o exercício no seu cargo, “não recebeu nenhum treinamento para a utilização do sistema em questão.

A trabalhadora ainda se comprometeu a fazer ajustes no cumprimento das suas atividades sempre que necessário: 

“Desqualificar e punir trabalhadoras e trabalhadores, além de ataque à dignidade, são armadilhas que visam fatos jurídicos para uma possível demissão por justa causa. Fatos que ignoram a falta de investimento na qualificação e aperfeiçoamento tão necessário em qualquer relação de trabalho. Especialmente quando se trata de novas tecnologias”, pontuou o Sindesind.

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