O Rio Grande do Norte encerrou a participação no Campeonato Mundial de Judô Paralímpico com quatro medalhas – uma de prata e três de bronze. A conquista representa um feito importante para o Estado. Os medalhistas foram os natalenses Arthur Silva, 30, e Rosi Andrade, 25, ambos da categoria J1 (cegos totais).
Arthur é experiente no esporte, tendo participado de edições do Parapan-americano e do Mundial de Judô. Na edição de 2022, que aconteceu em Baku, no Azerbaijão, ele novamente faturou o bronze, mas agora com duas medalhas: no individual masculino até 90kg e na disputa por equipes.
O judoca é o líder da categoria até 90 kg (J1). Na estreia, ele enfrentou o francês Cyril Jonard e levou um ippon. Passou por três repescagens até chegar à disputa do bronze, quando derrotou o italiano Valerio Teodori também por ippon.
Na competição por equipes, o Brasil terminou com o bronze atrás de Turquia (prata) e Azerbaijão (ouro).
Já Rosi, mais jovem, despontou no pódio em seu primeiro Mundial. Ela entrou no torneio como a líder da categoria até 48 kg para atletas J1 (cegos totais) e sendo favorita. Na estreia, entretanto, perdeu para a turca Ecem Cavdar após cometer três infrações.
A redenção veio nas repescagens, ao superar uzbeque Fotima Toirova e a egípcia Hagar Mohamed até chegar à disputa de medalha. No confronto seguinte, com Khaiitkhon Khusan, do Quiguistão, levou o bronze.
Mesmo resultado teve o Brasil na disputa por equipes femininas, onde ficou em segundo lugar atrás da Ucrânia e à frente da Turquia.
Este foi um Mundial com mudanças. Até o ano passado, os atletas também podiam enfrentar outros lutadores da categoria J2, para pessoas com baixa visão. Agora, cada atleta só pode enfrentar pessoas com o mesmo grau de deficiência.
“Essas conquistas têm se acumulado ao longo dos anos, fruto de muito trabalho, dedicação, mas também à torcida, ao apoio dos meus patrocinadores”, declarou Silva.
“Eu estou muito, muito feliz. Mostra que tudo valeu a pena. A gente vem de longe, deixa família, tudo, por um sonho. E, quando a gente consegue atingir nossos objetivos, é muito gratificante. Meu primeiro Mundial e já sair com esse resultado está sendo mais que incrível!”, afirmou Rosi, ao site do Comitê Paralímpico Brasileiro (CPB).
A conquista natalense foi sentida também por Silvanio França, professor de judô e treinador da dupla na capital potiguar. Rossi foi assistida, inclusive, durante o treino dos colegas em Natal.
Foi muito emocionante. A gente estava treinando e foi na hora que foi a disputa de medalha dela. A gente parou o treino, ficou todo mundo ficou assistindo. Foi uma emoção total”, conta França.
Agora, a atenção se volta para as próximas competições, de olho nos Jogos Paralímpicos de Paris, em 2024. “Vai ter o Pan-americano agora em dezembro, que também vale ponto no ranking para a Paralimpíada. A partir de agora todas as competições oficiais e internacionais vão valendo pontos, e a gente vai somando pontos para poder se classificar e chegar bem”, explica o treinador.
No Azerbaijão, Rosi e Arthur foram acompanhados por Tibério Maribondo, um dos precursores do judô paralímpico no RN e que hoje está na Seleção Brasileira de base.