“Racismo ambiental trata comunidades tradicionais como ‘sacrificáveis’”, diz Natália Bonavides em COP 27 no Egito
A deputada federal Natália Bonavides (PT-RN) participou na manhã desta sexta-feira (18) de mais um debate na COP 27, a conferência do clima da Organização das Nações Unidas (ONU). O evento acontece no Egito, onde a parlamentar está junto com a governadora Fátima Bezerra (PT) e o senador Jean Paul Prates (PT).
Na mesa, ela discutiu a temática “Atuação parlamentar em perdas e danos - perspectivas do Global Sul” com outros políticos brasileiros. Para a deputada, o momento atual reflete “uma lógica de um capitalismo que é racista, patriarcal e que parte de uma exploração sem limites das pessoas e dos recursos naturais''. Segundo Bonavides, há uma desigualdade que afeta especialmente os países pobres.
“Quando a gente trata desse tema de perdas e danos, a gente está tratando de injustiça ambiental, de racismo ambiental, de que as nações ricas chegaram onde chegaram poluindo o mundo inteiro e que quem tá pagando a conta disso são aquelas nações que menos contribuíram para que essas mudanças climáticas estivessem ocorrendo agora”, afirmou. “A gente tem uma privatização dos lucros, uma privatização da acumulação, enquanto os prejuízos são socializados de maneira muito desigual”, continuou.
Retomando uma fala da mineira Áurea Carolina (PSOL), a parlamentar disse que o “racismo ambiental trata comunidades negras, quilombolas, indígenas, ribeirinhas, de pescadores, comunidades tradicionais várias como se fossem ‘sacrificáveis’”, criticou.
“É como se o desenvolvimento pudesse atropelar essas comunidades a qualquer troco, enquanto em outras comunidades é inimaginável”, frisou.
Além da potiguar, participaram o senador Fabiano Contarato (PT-ES), os deputados Rodrigo Agostinho (PSB-SP), Alessandro Molon (PSB-RJ), Áurea Carolina (PSOL-MG) e a vereadora carioca Tainá de Paula (PT-RJ).
Este foi mais um debate em que Natália esteve presente. Na quinta (17), ela discursou na mesa “Mobilidade Sustentável e Inclusiva: Como boas práticas locais podem influenciar boas ações do governo federal”. Lá, Bonavides criticou a forma como o transporte público é “tratado como mercadoria”, e citou a comunidade Leningrado, na zona Oeste de Natal, como exemplo para defender o transporte público como um direito social.