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8 de novembro de 2022
4min
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​​​Por Cefas Carvalho​​

​Leio nos portais que nos últimos 7 dias, ou seja, da segunda após a eleição até ontem, segunda dia 7 de novembro, o despresidente Jair Bolsonaro trabalhou três horas e meia. No total. Dá uma média de trinta minutos por dia. Não surpreende. Antes mesmo da eleição, seja durante a campanha oficial seja anteriormente ao seu início, a média de horas trabalhadas do Jair era de três horas e meia diárias. Pouco para qualquer pessoa em situação de trabalho, seja um vendedor de cachorro quente, seja para um CEO de multinacional. Para alguém que preside um país de 200 milhões de habitantes que passa por inflação, problemas sociais e fome, este "ritmo" de trabalho é um escárnio!

Também leio no noticiário que parte (uma parte pequena, quase ínfima, registre-se) dos eleitores bolsonarista que não aceitou o resultado da eleição vem tentando bloquear BRs e "protestar" a favor de um golpe (que eles chamam pelo eufemismo de "intervenção federal") em quartéis do Exército. Uma espécie de confraria de idosos nazistas ou, quando com música, uma espécie de micareta golpista, por sinal, bem à moda do despresidente, que durante meses em pleno horário de expediente realizada motociatas e passeava de jet ski por aí, como se nada tivesse a fazer.

Por sinal, me impressiono com os "manifestantes", seja as moçoilas que protestam nuas ou que dançam o hino nacional ou o já célebre "patriota do caminhão" ou ainda os fascistoides natalenses que acamparam ali em frente ao batalhão do Exército, na avenida Hermes da Fonseca, atrapalhando o trânsito e a caminhada de pedestres. Impressiono-me por perceber que esse pessoal parece não ter absolutamente nada o que fazer. Muita se pergunta se essas pessoas não tem um emprego, uma ocupação, um hobby, demandas a cumprir, filhos ou netos para criar, cães ou gatos para alimentar, uma lavagem de roupa para dar conta, enfim.

O que me leva a refletir sobre narrativas. Esse pessoal, com o despresidente à frente, passou anos insunuando ou afirmando que a esquerda não gosta de tranalhar e que as camadas mais pobres da população queriam auxílios sociais justamente para não trabalhar. Mais que uma narrativa falsa, uma mentira forjada por má-fé e oportunismo eleitoral. Sabe-se que as camadas C. D e E trabalham em média 9 horas por dia, mais o tempo perdido com deslocamento trabalho-casa e sem contar as horas dedicadas, com luta, aos esudos (única maneira de milhões de pessoas ascenderem socialmente). Já políticos de esquerda mantém contatos mais frequentes com suas bases e são mais cobrados pelos eleitores e pelos movimentos sociais.

Em suma, na verdade, Bolsonaro com sua inaptidão para o trabalho (demonstrada ao longo de 24 anos como deputado federal medíocre e improdutivo) acaba sendo mesmo é um vagabundo, ou para usar o termo que a extrema-direita usou por tempos para depreciar adversários de esquerda: VA.GA.BUN.DO, assim separado silabicamente e em caixa alta (maiúsculas) como eles grafavam. Que os "manifestantes", que vem sendo motivo de chacota na opinião pública e nas redes sociais, ocupe seu tempo em coisas outras que não atentar contra a democracia. E que Jair a partir de 2023, aí sim, como ex-presidente e sem mandato, aproveite o tempo ocioso para andar de moto com sua gangue de machos desocupados ou bater papo com transeuntes em lotéricas da vida. Isso se estiver solto, claro.

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