Governo Bolsonaro volta a cortar verba para carros-pipa e número de municípios prejudicados no RN passa de dois para oito
Depois de um corte de R$ 41 milhões em novembro, o ministério da Economia voltou a cortar verba para funcionamento da Operação Carro-Pipa nas cidades do Nordeste. Dessa vez, foram retirados R$ 21 milhões, de acordo com anúncio do Ministério do Desenvolvimento Regional (MDR), o que inviabiliza a manutenção do abastecimento de água nas cidades que dependem do programa. Não há previsão de liberação do recurso até o fim deste ano. A informação é do colunista do UOL, Carlos Madeiro.
No Rio Grande do Norte, enquanto em novembro as cidades de Monte das Gameleiras e Serra Negra do Norte tiveram o abastecimento por carros-pipa suspenso, em dezembro, são os municípios de Caicó, Carnaúba dos Dantas, Currais Novos, Equador, Florânia, Ouro Branco e Tenente Laurentino Cruz, que aparecem na lista das cidades que aguardam a liberação de recurso financeiro para garantir o abastecimento, segundo o Exército. Já o município de Serra Negra do Norte continua com o serviço “temporariamente suspenso”.
Em novembro, dos R$ 41 milhões necessários para manter a distribuição de água através da Operação, apenas R$ 9 milhões foram liberados para abastecer 1,6 milhão de pessoas. A distribuição foi suspensa no dia 16 de novembro. O Ministério da Economia, então, liberou uma verba extra de R$ 21,4 milhões, que permitiu a retomada do abastecimento no último dia 28. O recurso, porém, foi suficiente apenas para garantir o abastecimento até esta terça (13).
O programa de abastecimento de cidades do Nordeste e de parte de Minas Gerais através de carros-pipa já existe há mais de 20 anos. No Rio Grande do Norte, 61.080 pessoas são atendidas pelo programa em 45 cidades através de 171 carros-pipa. A operação Carro-Pipa é financiada com recursos do Exército Brasileiro em parceria com o Ministério do Desenvolvimento Regional, pasta que foi comandada pelo potiguar Rogério Marinho até o começo deste ano. O programa também recebe apoio do Ministério da Defesa. Só no Nordeste, 1,6 milhão de pessoas de oito estados têm direito ao abastecimento.