Pesquisa Datafolha divulgada nesta quarta-feira (21) mostrou que 83% dos nordestinos — ou seja, oito em cada vez — são contrários aos atos antidemocráticos de golpistas bolsonaristas que não aceitaram o resultado da eleição presidencial. Realizada em outubro, a votação deu vitória à Luiz Inácio Lula da Silva (PT) contra Jair Bolsonaro (PL), primeiro presidente que disputou reeleição e não venceu desde a redemocratização.
O percentual de nordestinos que disseram apoiar os atos golpistas foi de 14%; 3% disseram não saber se apoiam ou se são contra. A pesquisa ainda perguntou aos entrevistados se eles defendem punição às manifestações antidemocráticas: moradores da região Nordeste representam o maior patamar entre aqueles que acham que os golpistas devem ser punidos, com 69%.
No percentual geral, entre todos os brasileiros, a maioria segue contra os atos, com 75% contrários aos bloqueios ilegais de rodovias e aos acampamentos na porta dos quarteis. Outros 21% apoiam; 3% se disseram indiferentes, e 1% não sabe.
Em relação às punições, novamente a maioria dos brasileiros — 56% — apoia medidas punitivas contra os extremistas que pedem golpe militar. 40% são contrários às punições, e 4% não sabem.
O instituto ouviu 2.026 pessoas em 126 municípios nos dias 19 e 20 de dezembro. O levantamento foi feito de forma presencial e tem margem de erro de dois pontos percentuais, para mais ou para menos.
Golpistas de Natal permanecem de plantão em frente ao Exército
Em Natal, a manifestação extremista segue desde 1º de novembro em frente ao 16º Batalhão de Infantaria Motorizado (16 RI), na avenida Hermes da Fonseca.
Além de ocuparem a própria calçada do Batalhão, os golpistas se concentram também do outro lado da via, na calçada e dentro do prédio do Aeroclube do Rio Grande do Norte. O acampamento gerou a presença de comércio ilegal de ambulantes, perturbação do sossego alheio/poluição sonora, além da interrupção do fluxo normal de trânsito em determinados momentos do dia, de acordo com o Ministério Público do Estado.
Com a continuidade da ocupação e classificando a atitude da Prefeitura de Natal como “omissa”, o MPRN ingressou com uma ação contra a Prefeitura esta semana para garantir a trafegabilidade da avenida Hermes da Fonseca e ruas adjacentes.