População em extrema pobreza em Natal mais que dobrou em 2021
Natal, RN 18 de abr 2024

População em extrema pobreza em Natal mais que dobrou em 2021

20 de dezembro de 2022
3min
População em extrema pobreza em Natal mais que dobrou em 2021

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Se em dezembro algumas famílias se preparam para as confraternizações e ceias natalinas, em outras tantas, essa imagem fica apenas no imaginário e propagandas de tv. Na capital potiguar, o número de pessoas em situação de extrema pobreza mais que dobrou no ano passado, passou de 64.104 em 2020 para 135.799 em 2021.

São consideradas em extrema pobreza aquelas pessoas que vivem em domicílios com renda inferior a R$ 160 por mês. O índice atual é o mais elevado desde que a série histórica começou a ser registrada, no ano de 2012, quando a cidade tinha 86.633 pessoas em situação de extrema pobreza, segundo os dados do 9º Boletim Desigualdade nas Metrópoles.

Em Natal, a taxa de extrema pobreza saltou de 3,8% para 8,7% da população, um número mais elevado do que a média nacional, que é de 6,3%.

A pobreza extrema registrou recorde histórico em 2021 em todo o país e atingiu 5,3 milhões de pessoas no conjunto das Regiões Metropolitanas, o que representa 6,3% da população, um valor que já é mais do que o dobro registrado sete anos antes.

Mais da metade dessas pessoas, cerca de 3,1 milhões, entraram nesta situação nos últimos sete anos, sendo 1,6 milhão apenas em 2021. A pobreza e extrema pobreza começam a avançar sobre a população, justamente, a partir do período do golpe parlamentar contra a presidenta Dilma Rousseff (PT) e a implementação de uma série de políticas neoliberais, como desregulamentação de direitos trabalhistas e previdenciários, privatizações e cortes no orçamento de programas sociais.

O 9º Boletim Desigualdade nas Metrópoles foi realizado pelo Observatório das Metrópoles (Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia – INCT) em parceria com a Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (PUCRS) e a Rede de Observatórios da Dívida Social na América Latina (RedODSAL).

Natal tem 2ª maior concentração de renda entre capitais

A mesma pesquisa também mostrou que na capital potiguar, os mais ricos ganharam em 2021, em média, 23,9 vezes a renda dos 40% mais pobres.

Nas Regiões Metropolitanas, as maiores razões de rendimentos entre os mais pobres e os mais ricos foram registradas, em ordem crescente, em Recife (21,0), Salvador (21,3), João Pessoa (21,6), Natal (23,9) e Aracaju (24,4).

3ª capital com pior distribuição de renda

Pelo Coeficiente de Gini (que vai de 0 a 1), Natal é a terceira capital do país com pior distribuição de renda, ficando atrás apenas de Aracaju (0,605) e João Pessoa (0,589).

Na capital potiguar, esse índice era bem menor em 2014 (0,529), o que demonstra o crescimento da desigualdade social entre os natalenses. Pelo índice de Gini, quanto mais próximo de 1, maior a lacuna entre pobres e ricos.

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