A média de rendimento daqueles que fazem parte da faixa econômica dos 40% mais pobres em Natal encolheu nos últimos sete anos e passou de R$ 375 em 2014 para R$ 325 em 2021.
Além disso, um outro índice aponta para a gravidade da concentração de renda na capital potiguar: dentre as regiões metropolitanas de todo o país, os 10% mais ricos ganhavam até 23 vezes a renda dos 40% mais pobres da cidade. Em 2021, as Regiões Metropolitanas onde se registaram as maiores razões de rendimentos entre os mais pobres e os mais ricos, em ordem crescente, foram Recife (21,0), Salvador (21,3), João Pessoa (21,6), Natal (23,9) e Aracaju (24,4).
Em 2021, os rendimentos mais baixos para a população mais pobre foram registrados nas regiões metropolitanas de Aracaju (R$271), João Pessoa (R$267), Grande São Luís (R$251), Recife (R$246) e Manaus (R$246). Já os rendimentos mais altos entre o estrato dos 40 % mais pobres foram observados nas Regiões Metropolitanas de São Paulo (R$500), Distrito Federal (R$531), Curitiba (R$581), Porto Alegre (R$619) e Florianópolis (R$761).
Os dados, retirados do 9º Boletim Desigualdade nas Metrópoles, elaborado pelo Observatório das Metrópoles (Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia – INCT) em parceria com a Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (PUCRS) e a Rede de Observatórios da Dívida Social na América Latina (RedODSAL), também mostram que na maioria das capitais houve queda no rendimento entre 2014 e 2021, mas, entre os natalenses, houve um crescimento na renda nesse mesmo período, passando de R$ 1.335 para R$ 1.609.
Outra metodologia utilizada na pesquisa é o Coeficiente de Gini, que aponta o grau de desigualdade na distribuição de renda. Dentre as capitais do país, Natal aparece em terceiro lugar com pior distribuição de renda, atrás apenas de Aracaju (0,605) e João Pessoa (0,589). Na capital potiguar, esse índice era bem menor em 2014 (0,529), o que demonstra que houve crescimento da desigualdade entre os natalenses. Pelo índice, que vai de zero a um, quanto mais próximo de 1, maior a lacuna entre pobres e ricos.
Protesto contra desemprego e aumento da pobreza

Em abril deste ano, famílias ocuparam o supermercado Extra localizado no Shopping Midway Mall para protestar contra o desemprego, aumento do desemprego e do preço dos alimentos. Na ocasião, o grupo conseguiu a doação de 7.500 cestas básicas pelo Grupo GPA, proprietário do supermercado Extra.
Em dezembro do ano anterior, famílias fizeram um protesto semelhante para lembrar o Natal de fome resultante do aumento do preço dos alimentos e desigualdades sociais. Com o aumento da pobreza e do custo de vida durante o governo Bolsonaro, o mesmo supermercado passou a usar protetores antifurto nas embalagens das carnes expostas nas gôndolas para venda.
