CULTURA

Representantes da cultura potiguar repercutem escolha de Margareth Menezes para o MinC

A primeira mulher anunciada para um ministério do novo Governo Lula é artista, negra e nordestina. Margareth Menezes foi a escolhida para comandar o Ministério da Cultura que, no atual governo, foi reduzido a secretaria especial do Ministério do Turismo. O presidente eleito já havia anunciado sua intenção de recriar a pasta antes mesmo das Eleições, durante a pré-campanha.

Natural de Salvador, a cantora, compositora e atriz tem 60 anos e mais de 30 anos de carreira. Ao longo da carreira, tornou-se um ícone do axé e já foi indicada quatro vezes ao Grammy, maior premiação da indústria musical. Também é embaixadora da Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco) e foi eleita, neste ano, uma das 100 pessoas negras mais influentes do mundo na lista da Most Influential People of African Descent (MIPAD).

Currículo que, de acordo com o diretor-geral da Fundação José Augusto (FJA), a credenciam para ocupar o cargo. Para ele, mais do que sua capacidade artística, a experiência Margareth Menezes no terceiro setor será decisiva para o seu desempenho à frente do Ministério da Cultura e, dessa forma, o presidente Lula estaria repetindo a “fórmula do sucesso” de seus governos anteriores, quando Gilberto Gil conduziu o MinC.

Além da representatividade política que ela tem como mulher, negra, nordestina e artista, eu diria que ela tem potencial comprovado pelo que já vem gerindo na área do terceiro setor. Ela também é fundadora e presidenta da Fábrica Social e dirige o Mercado Iaô. Ou seja, está sintonizada com as principais bandeiras de desenvolvimento do novo Brasil que é possível e dentro desse novo mundo que se quer construir”, destacou Crispiniano Neto.

A Fábrica Social é uma uma ONG sediada na Bahia, que atua na área da cultura, educação e sustentabilidade, com foco na infância, juventude, nas famílias e nos núcleos produtivos locais. Já o Mercado Iaô é um centro de arte, educação, cultura e negócios criativos, localizado na Península de Itapagipe, em Salvador. Ambos os projetos atuam no fomento da economia criativa.

Para além das causas identitárias, estamos torcendo para Margareth Menezes fazer boa gestão. No campo da criatividade artística, ela já disse para que veio. O MinC tem demandas complexas e urgentes na luta por atualizações nas formulações de políticas públicas. E com sensibilidade, ela há de tocá-las”, disse o secretário municipal de Cultura da capital potiguar, Dácio Galvão, dono de um álbum que conta com a participação da cantora, presença marcante, também, no Carnaval de Natal.

Já para a multiartista mossoroense Tony Silva, a experiência de Margareth Menezes com a articulação empreendedora, além da sua representatividade, serão decisivas para o novo desafio à frente do MinC que. Mas para isso, segundo ela, precisa contar com a contribuição de todos que fazem o setor cultural no país.

Eu acho que ela vai dar uma grande visibilidade ao setor cultural. Mas todos nós precisamos ajudar, enviar os nossos anseios, ajudar a direcionar o trabalho dela. Eu tenho isso como um objetivo. Porque depois de 4 anos de desmantelo geral, a gente sabe que o desafio para reerguer novamente o Brasil será grande”, pondera Tony.

Em 2022, Margareth Menezes foi eleita uma das 100 pessoas negras mais influentes do mundo na lista da Most Influential People of African Descent (MIPAD), que identifica grandes realizadores de ascendência africana nos setores público e privado de todo o mundo.

Ela ainda não se pronunciou oficialmente sobre o convite e, embora sua assessoria afirme que “não há nada definido ainda”, fontes próximas dizem que já é certa sua ida para o Ministério da Cultura.

Clique para ajudar a Agência Saiba Mais Clique para ajudar a Agência Saiba Mais
Previous ArticleNext Article