A economista Virgínia Ferreira, umas das auxiliares mais próximas e de extrema confiança da governadora Fátima Bezerra, vai deixar a pasta de Administração e Recursos Humanos, a partir de 2023.
Nos últimos quatro anos, Virgínia foi a ponte entre o Governo e os servidores públicos das categorias da Administração Direta e Indireta do Estado. Respeitada pelos dirigentes sindicais, contribuiu muitas vezes para amenizar a temperatura e pressão em audiências tensas em que o Governo precisou negociar pautas delicadas, a exemplo da Reforma da Previdência estadual e o pagamento dos salários atrasados herdados da gestão Robinson Faria.
Um fonte lotada no Centro Administrativo informou que a economista alegou questões pessoais e de saúde, mas foi convencida por Fátima a seguir em outra área. A antiga Segov, com estrutura na própria governadoria, deve ser o destino dela.
O nome mais cotado para substituir Virgínia Ferreira na SEAD é o do ex-controlador-geral do Estado Pedro Lopes. Ele pediu exoneração da antiga pasta em abril de 2022 para se candidatar ao cargo a deputado estadual pelo PT e obteve 4.883 votos na eleição.
De perfil técnico, Lopes teve papel importante no primeiro governo Fátima e conquistou a confiança da governadora. Na gestão, coordenou a equipe da Control que se debruçou para melhorar os índices de transparência do Governo, feito reconhecido por órgãos de controle do governo federal; e liderou a auditoria na Arena das Dunas que constatou uma série de ilegalidades no contrato firmado entre o Governo e a empresa que administra o estádio. Na CPI da Covid, instalada pela oposição na Assembleia Legislativa, também foi uma das vozes do governo a denunciar a instrumentalização da comissão para fins puramente eleitorais.
Fátima vai anunciar mudanças após Lula definir ministérios
Oficialmente, nem a governadora Fátima Bezerra nem auxiliares próximos comentam as mudanças no 1º escalão da segunda gestão petista no Rio Grande do Norte. A estratégia é aguardar a composição dos ministérios pelo governo Lula para acomodar os aliados que fizeram parte da vitoriosa coligação O Melhor vai Começar.
Até o momento, o presidente eleito só anunciou pastas em que escolheu indicados pelo PT ou não ligados a partidos. Os nomes que comandarão os “ministérios políticos”, segundo o próprio Lula, devem começar a ser divulgados na próxima semana, após a votação da PEC da Transição, que está ligada à decisão do Supremo Tribunal Federal sobre constitucionalidade do Orçamento Secreto.
No Rio Grande do Norte, Fátima Bezerra vai precisar acomodar novos e antigos aliados na segunda gestão. Além do PT, participaram da chapa majoritária o MDB, PCdoB, PROS, PDT, PSB e Republicanos.