Girão e Styvenson apostam em fake news sobre auxílio-reclusão para atacar Lula
O deputado federal General Girão (PL) e o senador Styvenson Valentim (PODE) apostaram em uma fake news para atacar o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Nas redes sociais, os parlamentares potiguares compartilharam uma informação falsa sobre o auxílio-reclusão, distorcendo o benefício.
Nos últimos dias, começou a circular uma mensagem de que o governo Lula aplicou um reajuste no auxílio, indo para R$ 1.754,18, que seria maior do que o salário mínimo proposto aos trabalhadores.
Girão e Styvenson ajudaram a propagar a mentira. Segundo o deputado, “o bandido recebe aumento e o assalariado não”.
Já o senador disse que os apenados “vão receber mais que um salário mínimo pra ficar presos”, e ironizou: “só assim pra comer picanha”.
Contudo, o auxílio-reclusão é um benefício mensal pago aos dependentes de presos que estão em regime fechado, e que tenham contribuído com o INSS nos últimos 24 meses. Portanto, nem todos os apenados recebem.
O valor de R$ 1.754,18, ainda, se refere ao limite de ganho que o detento tem que ter no mês em que foi preso, para que os familiares recebam a ajuda governamental. O valor máximo pago de auxílio-reclusão é o próprio salário mínimo, de R$ 1.302.
Além disso, o aumento do salário mínimo foi proposto ainda pelo ex-presidente Bolsonaro em dezembro de 2022, atingindo trabalhadores e, consequentemente, apenados. Assim que o segurado sai da prisão, o benefício deixa de ser pago.
As fake news sobre o auxílio-reclusão são recorrentes. No ano passado, outra onda de desinformação informava que Lula teria criado o benefício quando, na verdade, o auxílio é garantido por lei desde 1960.
Girão é reincidente em compartilhar fake news. Em dezembro, por exemplo, o deputado postou um discurso falsamente atribuído ao jornalista Alexandre Garcia e foi rebatido pelo próprio comunicador.
Já Styvenson, em 2021, chegou a criticar a propagação de informações falsas nas redes sociais.
“Cuidado com as fake news! Elas estão por aí e só atrapalham a sua vida e a nossa vida em coletividade. Antes de confiar na informação ou repassar, cheque se procede”, afirmou o senador à época.